segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Autores de filme antimuçulmano são seguidores de pregador


Os três homens supostamente envolvidos na realização do filme antimuçulmano que provocou uma onda de indignação no mundo islâmico são seguidores do pregador da Igreja Ortodoxa Copta, Zacarias Botros, um egípcio exilado que prega a suposta imoralidade do profeta Maomé.

Nakula Besseley Nakula, o imigrante egípcio que foi apontado como o principal produtor do filme - e que vive em Cerritos, ao sul de Los Angeles -, falou abertamente de sua devoção por Botros quando esteve preso em 2010, informou o diário local Los Angeles Times no sábado.
Outro produtor, Joseph Nassralla, presidente da organização cristã Media for Christ, e Steve Klein, que disse ter colaborado com o roteiro, também possuem simpatia pelo pregador de 77 anos, conforme apurou um jornalista da AFP.
A Igreja Ortodoxa Copta, no entanto, rejeitou contundentem
ente o filme e o padre Zacarias não foi vinculado a ela. O filho de Zacarias Botros, Benjamin, disse ao Times que seu pai não dará entrevistas.
"Não posso dizer onde ele está porque sua vida corre perigo", afirmou Benjamin, que, por sua vez, defendeu o filme ao afirmar que "diz a verdade" sobre o Islã, segundo o jornal.
Steve Klein, um ex-combatente da guerra do Vietnã que já reconheceu publicamente sua colaboração com o filme, declarou-se "amigo próximo" do padre Botros em um livro que publicou em 2010. A organização Media for Christ possui sede em Duarte, ao leste de Los Angeles, disse à AFP um funcionário da cidade.
Zacarías Botros, que vive em exílio e, segundo o Los Angeles Times, tem uma casa em Huntington Beach, no sudoeste da megalópole californiana, prega uma visão sobre Maomé similar a do filme "A Inocência dos Muçulmanos", que apresenta o profeta muçulmano como pedófilo e homossexual.
Em uma entrevista ao jornal canadense Sun no ano passado, Botros afirma que a rede Al-Qaeda oferece uma recompensa de US$ 60 milhões por sua cabeça, devido às massivas conversões de muçulmanos ao cristianismo que ele teria provocado.
"Creio em Deus, ele me protege", disse Botros ao entrevistador quando perguntado sobre esta recompensa. No início da madrugada de sábado, o cristão egípcio Nakula Besseley Nakula foi levado a uma delegacia da polícia em Cerritos, ao sul de Los Angeles, para ser interrogado sobre se violou os termos de sua liberdade condicional, disse à AFP o porta-voz do departamento de polícia de Los Angeles, Don Walker.
Nakula foi condenado em 2010 a 21 meses de prisão por fraude bancária, mas saiu em liberdade condicional após cumprir um ano de pena. Imagens da TV americana mostram Nakula saindo da delegacia de chapéu, casaco e com as mãos no bolso.
Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA
Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.
Desde então, protestos e confrontos, que vêm sendo registrados diariamente no Cairo, disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Nesta sexta, 14 de setembro, já haviam sido registrados eventos em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel) , Amã (Jordânia) e Sanaa (Iêmen). Há fotos e relatos de protestos também na Índia e em Bangladesh. Somados, estes episódios já deixam algumas dezenas de mortos e feridos entre manifestantes, diplomatas e forças de segurança.
O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims (A Inocência dos muçulmanos, em tradução livre), filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.
A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas.
Fonte:noticias.terra.com.br

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