EXTRAPOLAÇÕES
1ª JUSTIFICATIVA: EXTRAPOLAÇÕES
Apenas apontando isso que de uma forma geral os religiosos buscam
justificar suas crenças, apesar de todas as provas em contrário está em
extrapolar o que está escrito na Bíblia, buscando criar justificações
que a própria Bíblia nunca alegou em momento algum. Como por exemplo:
• Justificar Adão não ter morrido ao comer a maçã como “morte espiritual”. Nada no texto indica isso;
• Justificar as contradições sobre relatos da morte de Judas como
“primeiro ele se enforcou depois Deus o matou”. Nada na Bíblia indica
essa ordem;
• Deus criou o mundo em 7 dias explicado como “um dia de
Deus equivale a mil anos do homem”. Nada no texto original justifica
isso sobre a criação.
2ª JUSTIFICATIVA: ARGUMENTOS DE CONVENIÊNCIA
Essa entra em “quando um argumento justifica a proposição, usa-se;
quando não justifica, estranhamente é esquecido”. Por exemplo:
•
Um dia para Deus é mil anos para o homem é utilizado para descrever a
criação do mundo em 7 dias, a vinda do Apocalipse contudo esse “dia
looongo dia de Deus” nunca é citado para justificar profecias divinas
que foram cumpridas imediatamente como a destruição de Sodoma e Gomorra,
o Dilúvio ou quaisquer outras profecias em que deus haveria afirmado
aconteceria “em breve” e, segundo a Bíblia, aconteceram;
• “Não
julgueis para não ser julgado” é uma linha que aparece e desaparece da
Bíblia de forma extremamente conveniente e muito estranha vinda da
pessoa que “estaria vindo julgar toda a Terra no Apocalipse” ou de um
Deus que constantemente rogava pragas, caos e destruição quando
contrariado no antigo testamento;
3ª JUSTIFICATIVA: TENTATIVA DE ALEGAR UM CONHECIMENTO SUPERIOR SOBRE A BÍBLIA SEM DEMONSTRAR NADA QUE JUSTIFIQUE ISSO
Está basicamente na linha “vocês não compreendem a Bíblia”, quando o
religioso se encontra derrotado em termos de argumento racional. É uma
forma de evitar engolir o próprio orgulho, se admitir errado e tentar
sair por cima. É parte do orgulho religioso de “se eu vou na igreja,
devo ser superior não importa prova em contrário. Eu sei mais sobre o
assunto que esses ateus/agnósticos e estou certo”. Contudo esse
comportamento de negação em geral vem após:
• O religioso não
ter demonstrado um conhecimento realmente aprofundado sobre a Bíblia ou
capacidade de refutar os argumentos sem utilizar as duas técnicas
descritas acima;
• Incapacidade de contraargumentar com bases puramente lógicas os erros e contradições apontados.
4ª JUSTIFICATIVA: DESESPERO
Muito comum também. Esse entra no religioso que apenas começa a citar
orações e linhas aleatórias da Bíblia sem parar, e busca jogar táticas
de amedrontar quem o contesta, ameaçando com Inferno ou algo do gênero,
como mortes agonizantes e sofrimentos intensos.
Claro que esses
argumentos não refutam em nenhum momento o que foi alegado contra a
Bíblia, mas religiosos parecem acreditar que sim.
5ª JUSTIFICATIVA: TÁTICA DE DISTRAÇÃO
Também conhecida como falácia do “Olha o aviããããõooo”. Isso ocorre
quando os religiosos inventam histórias sobre as várias falhas (que só
existem nas cabeças deles) do Evolucionismo, como se isso de alguma
forma tornasse o Criacionismo uma teoria menos furada. Se querem
defender o Criaburricionismo deveriam buscar provas válidas que o
justificassem, mas não poucas vezes eles insistem num constante ataque
que não valida a crença deles como melhor de forma alguma. Insistem nas
besteiras, vindas de fontes vagas e duvidosas, como “definir a idade de
fósseis por radiação não é confiável”. Em que isso torna o Criancionismo
algo mais válido? Fossem tentar provar tal besteirol estariam
utilizando as mesmas técnicas.
Não raramente essa técnica de
distração se compõe de pegar um detalhe mínimo da discussão que o
ateu/agnóstico alegou e buscar aumentá-lo fora de proporção para evitar
retornar à discussão maior que realmente não tem como refutar.
6ª JUSTIFICATIVA: CRIAR EXPLICAÇÕES ABSURDAS
Isso vêm junto com o fato que para alguém acreditar no que está escrito
na Bíblia como fatos históricos exige uma mente que aceita acreditar em
fatos sem sentido. Numa discussão sobre a famigerada Arca de Noé,
quando se faz perguntinhas simples como: “Como Noé conseguiria o número
de árvores suficientes para construir uma arca de madeira gigante no
meio do deserto?” ou então “Como Noé e sua família limpariam o esterco
de todos os animais da face da Terra na Arca diariamente?”. As respostas
costumam ser hilárias, tais como:
– Deus criou árvores no deserto (extrapolação, nada na Bíblia diz isso).
– O esterco dos animais não fedia, porque eles comiam capim (alguém já viu esterco de um boi ou vaca não feder?).
Entre outras (ver os comentários do artigo Dilúvio Desmascarado).
7ª JUSTIFICATIVA: FUGIR DA DISCUSSÃO ALEGANDO SER PARTE DO ANTIGO TESTAMENTO
Aparentemente religiosos acreditam que, embora a Bíblia seja um livro
perfeito sem erros ou contradições (segundo a opinião deles), ela não
tem necessidade de manter coerência entre o Antigo e o Novo Testamento. A
desculpa clássica está em “após Jesus, tudo mudou’”. Mas, se é assim
então de que valem os dez mandamentos por exemplo? Ou alegar que o homem
paga pelo pecado original se Jesus nos salvou?
Mais uma vez a
conveniência pois em outras partes o antigo testamento seria usado para
comprovar algo mas negado para contrariar alguma afirmação.
E o
fato de estar escrito que Jesus (supostamente) ter dito que não veio
para abolir as leis dos profetas parece ser ignorado nessa hora.
8ª JUSTIFICATIVA: ASSOCIAR LONGEVIDADE COM VERDADE
Isso entra no argumento característico de “se a Bíblia está por aí a
tanto tempo como ela não seria verdade?”. É um argumento falso,
obviamente, pois quantos livros estão por aí a tantos mil anos? Todos os
livros religiosos estão como os de Confúcio, o Mahabarata, Ramayana,
Zed Avesta, Corão etc. Isso sem nem entrar em crenças africanas,
sincretismo religioso, e alegar um seria verdadeiro por sua idade
defenderia todos os outros como verdade ao mesmo tempo.
As falhas principais neste pseudoargumento é são:
• Isso é um ponto de vista ocidental, para começo de conversa, a Bíblia
não teve tanta relevância no oriente (ou os chineses, japoneses,
vietnamitas, mongóis, árabes, persas etc. a têm como livro religioso?);
• Se você alega que um livro se torna real por causa de sua
longevidade, você pode usar esse argumento para qualquer religião,
indiferente dos valores que ela defenda. Quantas religiões defendem
valores sexistas, xenófobos, homofóbicos e racistas (além da Bíblia, é
claro)? Alguém deveria segui-los sem questionar? É o argumento do namoro
abusivo: sabe que faz mal, mas não conseguiria imaginar a vida sem a
pessoa. Patético!
• A Bíblia FOI comprovada errada inúmeras
vezes por diferentes pensadores nas mais diferentes situações possíveis.
A questão nunca foi prová-la errada, mas conseguir que essa informação
atingisse a maioria da população.Não raramente os meios de comunicação
evitam difundir informações ateístas por medo de perder uma audiência,
que prefere ouvir “verdades” simplistas que não conduzam ao raciocínio.
Enfim, para os meios de comunicação, religiões significam mais dinheiro
que ateísmo de uma forma geral.
Contudo, isso não altera a veracidade dos argumentos contra a Bíblia.
9ª JUSTIFICATIVA: FALEI UMA COISA TÃO IDIOTA QUE NINGUÉM SE DEU AO TRABALHO DE REFUTAR, ENTÃO GANHEI O DEBATE
Esse é o mais divertido! Também conhecido por ARGUMENTO DO CANSAÇO,
porque enche tanto o saco que o debatedor desiste do debate. Aí o
religioso fica com o peito estufado e diz aos quatro ventos: “Você não
rebateu meus argumentos (tolos), logo ganhei o debate”.
Parece até que aqueles que presenciaram o debate realmente acreditam naquilo. Enfim…
10ª JUSTIFICATIVA: FRASES PRONTAS
Esse costuma ser repetidamente usado por ser o mais mentalmente
preguiçoso. Consiste no religioso ter frases que ele vai apresentar para
qualquer situação, indiferente a fazerem sentido com o que está sendo
dito ou não.
Os exemplos mais notórios costumam ser:
•
“Texto sem contexto é pretexto”: ironicamente essa frase sempre é
utilizada fora do contexto da discussão. O religioso também assume que,
após ter dito essa frase, ela terminaria a discussão por si própria e
ele não precisaria explicar qual o contexto ele acreditaria adequado à
referência;
• “Vocês não possuem a compreensão espiritual”: o
interessante é que esse contexto que eles alegam possuir não os fornece
com argumentos convincentes. De uma forma geral, essa frase não
significa coisa alguma na verdade, porque o religioso após tê-la dito no
máximo vai apelar para alguma forma de parágrafo sobre a grandiosidade
de deus (qualquer um que seja) e quão minúsculo é o ser humano ou coisa
do gênero que, de novo, não teria relação alguma com a discussão;
• “O texto da Bíblia é loucura para os que não creem”: e é tão difícil
assim de imaginar o porquê? Isso é referência a uma linha da Bíblia e
também nunca auxilia um debate de forma alguma, nem contra nem a favor
de nada, serve exclusivamente para lembrar que você está lidando com uma
pessoa brega.
A lista de frases prontas deve beirar os
milhares. Contudo, todas acabam nessa definição final: Uma pessoa que
realmente raciocinasse sobre o que está falando não as utilizaria. Teria
raciocinado com suas próprias idéias e as formularia a partir de seu
próprio vocabulário coloquial.
Uma piadinha ilustra bem isso: “Como meu avô dizia, quem fica citando repetidamente os outros é idiota”.
11ª JUSTIFICATIVA: SOBRE DEUS, NÃO SOBRE A BÍBLIA
Confusão extremamente comum. O fato de alguém não acreditar na Bíblia
não significa de forma alguma que a referida pessoa não acredita em um
determinado deus. Ela não consegue ver como um deus utilizaria um livro
com contradições tão gritantes com distância de poucas linhas, erros
óbvios e cópias decalcadas de outras mitologias.
Ou como um
deus não enviaria um livro com uma mensagem coerente e coesa, em que
alguém visse um sentido que unisse todas as histórias, ao invés de uma
colcha de retalhos de contos que pregam morais completamente opostas,
quando não demonstra pura crueldade gratuita, homofobia, sexismo e
absurdos em níveis astronômicos.
Como livro divino a Bíblia
simplesmente não seria o portfólio que demonstrasse o melhor lado dele
como “deus do amor e da misericórdia”.
Normalmente a forma como
religioso vai responder quando se aponta isso cai na justificativa
típica número 3 (tentativa de alegar um conhecimento superior).
12ª JUSTIFICATIVA: REFERÊNCIAS ALEATÓRIAS DA BÍBLIA
É difícil compreender 100% a motivação, mas às vezes no meio de uma
discussão, ao invés do religioso responder ao que você está falando, ele
apresenta uma linha qualquer da Bíblia sem relação nenhuma com o
assunto.
Aparentemente eles acreditam que a pessoa irá “se
deslumbrar com a beleza da escrita” e cessar os argumentos, ou alguma
outra estupidez desse gênero. Claro que talvez isso funcionasse se a
Bíblia tivesse algum trecho realmente bem escrito; mas, ainda que
tivesse, não teria refutado o argumento apresentado. O nome disso é
Transtorno de Déficit de Atenção. Isso implica na incapacidade de seguir
argumentos mais longos, acarretando que o dito religioso se perca no
assunto e busque reagir por reflexo através de uma linha qualquer da
Bíblia.
Não passa de outro sintoma de desespero.
13ª JUSTIFICATIVA: SE FAZER DE VÍTIMA CRISTÃ
Quando não conseguem vencer os argumentos, então caem no “estou sendo
perseguido como Cristo e os primeiros cristãos foram”. Entre outros blá
blá blá.
É a tentativa do apelo e chantagem emocional estilo
“se vocês continuarem falando isso, eu vou chorar”. Falácia do apelo à
misericórdia, seguida do apelo à multidão.
Normalmente, isso
vêm quando a pessoa tem de encarar as falhas de seus argumentos (se é
que se podem se chamar as palavras sem nexo de “argumentos”) e/ou têm de
enfrentar que não possui uma base tão elaborada assim como acreditava
anteriormente. Algo chocante, não é mesmo? Dependendo do nível de
argumentação, a pessoa vai apelar para isso no começo, meio ou fim da
discussão (ou nos 3 tempos, o que é mais provável), dizendo para si
própria “estou sofrendo como Cristo sofreu pelo que acredito”. Complexo
de martírio cristão.
Mas, como todas as outras justificativas anteriores também não invalida as falhas que existem no próprio texto da Bíblia.
A verdade é que nada disso invalidará as falhas apontadas, porque elas
simplesmente existem e estão lá. Choradeira com certeza não fará com que
deixem de existir. Trata-se de um modo do religioso convencer mais a si
mesmo que tem razão, do que o cético que o pegou pelo pé em cada
tentativa de argumentação religiosa.
A melhor resposta para
esse tipo de choradeira (no melhor estilo: mãe, ó o cético feio, ó!) é o
famoso: Solo de Violinos, que mostra que o religioso apenas está
atuando num melodrama água-com-açúcar, mas não está comovendo ninguém (a
não ser outro religioso metido a mártir).
14ª JUSTIFICATIVA: SE TEM DEFEITO ENTÃO É VERDADE
Os religiosos costumam muitas vezes alegar uma hipótese ridícula,
dizendo que se a Bíblia se contradiz, então ela não foi forjada. Na
verdade é mais uma tentativa de criar explicações quando o erro no texto
é inegável. Uma explicação que, no fim das contas, não explica nada.
No caso seria uma tentativa de incorporar um fato que faz sentido –
como sustentar mediante provas que a Bíblia possui contradições, muitas
vezes por ter tido histórias inseridas de várias mitologias locais – com
um que não faz o menor sentido, como por exemplo: “‘por causa disso o
que ela está escrito é real”.
O religioso entra, assim, com
muitas outras tentativas de alterar o significado literal de palavras ou
juntar pensamentos que se opões apenas para forçar uma conclusão
favorável à Bíblia de alguma forma.
A questão é que só se chega
a conclusões reais quando você segue a ordem: pergunta, pesquisa e
conclusão. E, nesse caso, a ordem seria pervertida para “a conclusão tem
de ser que a Bíblia é perfeita”, “não pergunte sobre a hipótese dela
não ser” e “pesquise e aceite apenas as fontes favoráveis a essa
conclusão” .
Para quem leu a obra 1984 de George Orwell, esse
tipo de pensamento cai na definição de Duplipensar, onde infere que se
deve conciliar idéias opostas como “guerra é paz”, “liberdade é
escravidão” e “amor é ódio”. Em termos mais recentes, foi desenvolvido
como base nos anos 70 para desenvolver a idéia do Intelligent Design
através do que a mídia americana denominou “conhecimento seletivo”;
conhecimento que ignora quaisquer provas ao contrário conseqüentemente
contrário aos princípios básicos da pesquisa científica.
15ª JUSTIFICATIVA: É QUESTÃO DE ÉPOCA
Argumento usado principalmente quando é mencionada as crueldades de
Jeová no Antigo Testamento. Aí entra em cena o lenga-lenga de “é porque
naquela época eles eram isso ou aquilo, faziam isso ou aquilo”. Muito
conveniente.
A pessoa que diz isso não se toca que só porque
uma atitude era comum naquela época, não significa que era correta. Ou
seja, era comum ter escravos, então Jeová (também conhecido como o
Senhor dos Anéis Bíblico) permitia a escravidão. Era comum matar bebês
de colo e rasgar barrigas de mulheres grávidas, então Jeová mandava
fazer isso. Era comum vender mulheres como se fossem objetos, então
Jeová permitia vender mulheres. E por aí vai.
Quem defende tal
argumento não percebe o absurdo que está dizendo. Deus nesse caso não
tem voz ativa. Quem escolhe o que é certo e o que é errado são os
homens, através do seu “costume de época”. Se Deus simplesmente permite
tais absurdos, ele jamais pode ser um Deus de amor, que se importa com
os seres humanos.
Deus está permitindo, colaborando, aprovando e
ordenando atitudes repugnantes, que jamais deveriam ser aceitas por um
“Deus de amor”. Se ele não perpetrou a ação, pelo menos foi conivente
abstendo-se.
16ª JUSTIFICATIVA: PREGAR O AMOR DE DEUS E, APÓS DERROTA, AFIRMAR QUE O CONTESTADOR IRÁ AO INFERNO
Um híbrido da 4ª justificativa (desespero) com a 11ª justificativa (sobre Deus e não sobre a Bíblia).
Após tentar convencer que Deus nos ama e sentir-se frustrado com o
fracasso o religioso começa a lançar maldições e a tentar convencer que o
mesmo Deus de amor é capaz de condená-lo ao inferno.
Pena que ateus e agnósticos não acreditam em inferno, e essa baboseira toda só serve para causar diversão destes últimos.
17ª JUSTIFICATIVA: ERRO DE COPISTA
Esse argumento é muito pouco usado, e somente por cristãos mais
sensatos, que admitem que a contradição é irrefutável, mas que não passa
de um “mero erro de copista”. Isto é, o tradutor se confundiu e
escreveu besteiras, mas que isso não invalida a “beleza” do texto.
Com isso, eles dão a entender que um errinho de cópia não é nada grave,
que não interfere em nada na sua fé, e que não interessa se Acazias
tinha 22 ou 42 anos quando começou a reinar, ou se ele começou a reinar
no ano 12º ou 11º de Jorão.
Bem, esse é um raciocínio que vale tanto quanto os outros, ou seja, NADA!!
Primeiro, porque não existem mais os originais para se comparar se
realmente foi apenas um erro de copista. Eles dizem isso para si mesmos,
apenas para se convencerem (como tantas vezes) de que não foi Deus quem
errou, e sim o homem. Porém não há evidências disso. Quem me garante
que no original também não estava o erro? Se é que houve um original e
não foi tudo invenção desde o início.
Segundo, esse tipo de
contradição foi evidenciada somente porque ela aparece em passagens
diferentes que deveriam contar a mesma história. Porém, quantas
passagens da Bíblia não podem ser comparadas? Se é permitido o copista
errar, então quem me garante que ele não errou em vários outros lugares,
e sequer podemos descobrir?
Terceiro, quem garante que os
copistas erraram apenas em números e datas? Por que não em fatos
importantes do cristianismo? Está claro que Deus não impediu que eles
errassem para pequenas coisas, por que não para grandes?
Quarto, erros de copista são ainda mais evidentes se analisados os
manuscritos que ainda existem. Manuscritos esses que sequer concordam
entre si. Que dependendo da região que eles provêm, por exemplo,
Alexandria ou Esparta, diferem muito entre si. Ou então, da data em que
foram escritos.
Repare nas notas de rodapé da Bíblias modernas,
e veja que há muitos erros de copistas, bem mais do que imaginam. Qual é
o certo? Por exemplo, um manuscrito antigo, porém rasurado, ou um sem
tantas rasuras, porém mais novo?
Erros de cópia abalam sim (e muito!) a credibilidade da Bíblia.
18ª JUSTIFICATIVA: PIEGUICE
Essa é uma das táticas que me causaria mais pena sobre quem a utiliza,
se eu fosse capaz de ter piedade por idiotas. Quando a pessoa não
consegue te convencer intelectualmente eles buscam te convencer
emocionalmente, utilizando o que eles consideram “frases bonitas e
conceitos que apenas quem é religioso compreenderia”.
Tudo
fajuto: a frase não é nada bonita, mas uma extensão ou derivado de
alguma música sertaneja ou novela sobre amor e a idéia que só religiosos
compreenderiam, no máximo alguma referência a algo que o pastor falou
durante a missa, que nem era tão profundo e muito menos impressionante.
Se eles apresentam uma idéia que tenha mais um nível de compreensão para
eles é um feito de iluminação divina e a coisa mais bonita que existe.
A piedade que se sente, de certa forma, é a de que eles estão buscando
descrever algo profundo utilizando a cultura de alguém que só faz ir em
missas (ou outros cultos semelhantes), lê a Bíblia de qualquer jeito,
aceitando aquilo como uma verdade incontestável e consumir
“culturalmente” novelas e músicas que só falam sobre amor de corno. Isso
nunca fez (nem nunca fará) ninguém capaz de escrever algo como:
Eu, ansioso pelo Sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará mais.
E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.
(O Corvo – Edgar Allan Poe – tradução: Machado de Assis)
19ª JUSTIFICATIVA: NÃO RESPONDER
Essa deve ser, com certeza absoluta, a mais irritante. Quando ao invés
de contraargumentar de alguma forma sobre o erro apontado, o religioso
apenas alega “Jesus te ama”, “porque você não aceita Deus” ou variações
do gênero.
Basicamente, é algo tão sem sentido, que mal
compensa se direcionar muitas vezes e difícil compreender se você e o
religioso estão falando sobre a mesma coisa. É o equivalente a alguém
estar perguntando pelo almoço de domingo e a pessoa responde sobre a
invasão do Iraque.
O fato de alguém acreditar ou não em um deus
qualquer (ou de “aceitar” ou não a Cristo) não significa de forma
alguma que a pessoa não deveria ler a Bíblia sob um ponto de vista
crítico, inclusive para compreender melhor o texto. Conseqüentemente, se
alguém observa uma contradição e a traz para discussão, por diferentes
motivos, deveria muito mais reafirmar seu interesse sobre o livro que
ela apenas aceitasse qualquer coisa escrita sem questionamento. Ao
menos, em princípio a pessoa estaria questionando e estudando para
aprofundar sua compreensão do texto.
Religiosos, contudo,
aparentam considerar que qualquer interpretação que não termine dizendo
“a Bíblia é um livro maravilhoso e sem erros de nenhuma espécie”
significa que a pessoa deve odiar a deus, Jesus, o Espírito Santo, todas
as igrejas e que vai queimar no inferno por toda a eternidade, junto
com os homossexuais, drogados, assassinos, pedófilos e outros párias.
Sempre acabam “fazendo um favor” terminando com uma dessas frases estípidas depois de um texto sem nexo:
– Vou orar por você! Ou: Estou orando por você! (como coisa que isso signifique algo a quem não se interessa por isso)
– Jesus te ama! (para quem acredita cegamente que ele existiu, vale muito. Já para os que não creem…)
– Como você pode odiar a Bíblia e Deus? (O que tem uma coisa a ver com
outra? Será que precisa-se acreditar na Bíblia para se crer em deus?
Então judeus, muçulmanos, hindus etc. são ateus, né?)
– Eu acredito
na Bíblia e sou feliz. E você? (Para ser feliz é preciso acreditar nas
baboseiras da Bíblia? Isso que eu chamo de fé…)
– A Bíblia fez
muitos milagres na minha vida. Conheço um caso (normalmente fictício) de
alguém que se curou depois que acreditou na Bíblia. (Tão tolo que
sequer merece comentários. Mostrar os laudos médicos que é bom, nem
pensar)
20ª JUSTIFICATIVA: SE FAZER DE SURDO
Também
conhecido como Tautologia, insistência em argumentos comprovadamente
errados, e uma tentativa do religioso de enlouquecer a pessoa com quem
ele conversa. Configura quando você já provou de todas as formas
possíveis que tais argumentos são furados, sem sentido, contraditórios,
pouco inteligentes e sem sentido nenhum e, mesmo assim, o religioso
insiste em repetir as mesmas linhas do começo do diálogo.
É o
equivalente ao comportamento Homer Simpson de “não importa o que você
argumente de todas as formas ele vai insistir nos mesmos pontos já
amplamente demonstrados errôneos”. Cai num conflito básico com a
mentalidade de fé cega, que aparenta não precisar de uma base
inteligente para suas afirmações e recusa-se ouvir ou debater num nível
realmente embasado.
No caso de se perder durante a discussão ou
não conseguir refutar ele apenas retorna ao argumento inicial achando
que isso daria reset e invalidaria tudo que foi dito.
21ª JUSTIFICATIVA: PRECISA DE FÉ PARA ENTENDER A BÍBLIA
Esse é mais um caso particular da 3ª justificativa (tentativa de alegar um conhecimento superior).
Um dos mais irritantes de todos, pois eles se julgam dotados de uma
espécie de “conhecimento divino”, e que Deus lhes deu iluminação para
conseguir entender coisas que nós, descrentes, achamos absurdas.
Para eles, se somos incapazes de entender é porque não temos fé. Isso
não faz nenhum sentido, pois Deus supostamente não deveria fazer acepção
de pessoas (como a própria Bíblia diz), e todos deveriam ser capazes de
entender a Bíblia completamente, e aí sim serem capazes de tomar a
melhor decisão para a vida delas.
Se só os que têm fé podem
entender a Bíblia, então ela se torna inútil para a salvação das
pessoas, pois ela não é capaz de “dar fé” a ninguém. Os religiosos
muitas vezes recaem em uma lógica circular: “Você precisa entendê-la
para ter fé, mas precisa de fé para entendê-la”.
Além do mais, é
fácil ver porque os que tem fé, dizem que entendem a Bíblia. É fácil
ver que se Deus mandou matar bebês de colo, um religioso vai
simplesmente dizer: “Eu tenho fé que Deus tomou a melhor decisão”.
Pronto, a questão está respondida, na opinião do religioso, e quem não
tem fé é incapaz de ver dessa forma. Isso acarreta numa
irresponsabilidade. Joga-se tudo nas costas de Deus e fim.
22ª JUSTIFICATIVA: O FIM ESTÁ PRÓXIMO
Esse também faz parte da justificativa nº 4 (desespero), contudo nem
sempre utilizada de forma afobada, vez por outra inclusive acreditando
de forma arrogante como “vocês vão se ferrar por causa disso e eu vou me
dar bem. Buahahuahaahahaa”.
Como todas as outras
justificativas, evita se dirigir diretamente ao problema apresentado com
uma resposta objetiva e busca desviar para um tática de medo. Inclui-se
nessa justificativa alegar fatos aleatórios de desastres que estariam
descritos nas escrituras. Como nunca houve consenso algum sobre quais
desastres específicos seriam esses usando o mesmo argumento, um
religioso vai alegar que a bomba de Hiroshima, a invenção do telefone, a
guerra do Iraque, o Tsunami, o Lula ter sido eleito, o divórcio da
Britney Spears, os cartões de crédito estarem inserindo o número da
besta nas testas das pessoas entre outras besteiras, como provas
definitivas de que o fim está próximo e quem insistir em apontar erros
evidentes e óbvios no texto bíblico vai pagar o preço por não aceitar
mentir como todo o resto dos religiosos que a Bíblia é inerrante.
23ª JUSTIFICATIVA: VOCÊ DEVE TER PROBLEMAS
Mais um no estilo: “Ao invés de responder diretamente ao que você demonstrou, vou tentar usar de apelo/chantagem emocional”.
Isso acontece quando o religioso simplesmente recusa-se completamente
em se dirigir à questão apresentada e passa a buscar “suas motivações
emocionais”. Estupidez galopante sem sombra de dúvidas, uma pessoa
poderia ter acabado de ganhar o prêmio Nobel da literatura ou internado
num asilo mas, indiferente a qual das opções se encontrasse, ela
dissesse “não caberia todos os animais do mundo na Arca de Noé” os
animais simplesmente não caberiam, pois é fato.
Em geral o
religioso vai tentar usar frases do gênero “pode nos falar qual é o seu
problema?”, “por que você não aceita a deus?” ou algo idiota do gênero,
enquanto busca fazer suas melhores expressões de sobrancelhas caídas
para os cantos e olhares de “pode falar”.
Claro que uma pessoa
lúcida e inteligente apenas sentirá vontade de falar “estou conversando
com um asno”. Isso entra na mitologia religioso que “as pessoas apenas
se sentem felizes se estiverem indo na igreja como eu”. A necessidade
religioso de auto-afirmação, se convencendo de estar fazendo a única
coisa que poderia fazer uma pessoa feliz: não se aprofundar
intelectualmente sobre nada e fugir de responder intelectualmente quando
alguma falha é apontada.
Claro que essa necessidade de
auto-afirmação também traz outras coisas, como a semi-consciência de não
estar se aprofundando racionalmente em lidar com problemas não costuma
levar as pessoas muito longe, a infantilidade intelectual de buscar
compreender todo as as diferenças de idéias em outras pessoas como
conseqüência de crises emocionais, evitar lidar com a questão “mas eu
sou realmente tão mais feliz assim?”
A realidade é que
felicidade de verdade tem mais a ver com suprir necessidades emocionais
através de auto-conhecimento e NÃO de evitar confrontá-las, jogando-as
para algum ponto do fundo de seu inconsciente, como uma faxineira
relapsa varrendo o lixo pra debaixo do tapete.
Pouco importa!
Podem acreditar no que quiserem sobre a vida pessoal da pessoa, mas as
contradições estarão na Bíblia de qualquer forma. Queiram ou não.
24ª JUSTIFICATIVA: SÓ A BÍBLIA INTEIRA
É comum escutarmos essa asneira, ao criticarmos qualquer coisa na
Bíblia. A resposta típica é: “Por acaso você já leu a Bíblia inteira
para saber do que se trata?”
Essa desculpa furada é, no mínimo,
irônica, já que a maioria das pessoas que a proferem jamais leram a
Bíblia inteira. Ou seja, partem do pressuposto que para elogiar a
Bíblia, basta ler um versículo só que seja, mas para criticá-la, tem que
lê-la toda.
Além do mais, qualquer um que realmente leu a
Bíblia toda, nunca vai dizer tal coisa, pois sabe que não é necessário
ler a Bíblia toda para comentar alguma passagem, basta usar uma simples
Bíblia com referências e pronto.
Em suma: Para não acreditar na Bíblia, basta lê-la inteirinha.
25ª JUSTIFICATIVA: PORQUE CRISTO TE INCOMODA?
E lá vamos nós de novo. Mais uma justificativa que não se dirige às
contradições apontadas buscando desviar para alguma pieguice emocional,
essa ainda mais pobremente miserável: a idéia que a pessoa não está
apresentando as falhas da Bíblia por elas simplesmente existirem mas por
“estar resistindo à presença de Cristo”.
Esse pseudoargumento
(assim como a justificativa nº 23) tende a tirar proveito se a pessoa
realmente possuir algum problema emocional que não consiga resolver por
si própria. É baseado em “nós sabemos que as contradições existem, mas
vamos negar, você vai estar aí sozinho falando essa verdade mas você vai
estar sozinho. Mas se você passar a mentir e negar como nós estamos
fazendo você terá um grupo de suporte ao seu problema”.
Isso
acaba gerando a famosa conversão de “perdidos para fanáticos
religiosos”. Em linhas gerais é uma forma de comprar a colaboração da
pessoa baseada em suas fragilidades emocionais, uma vez dentro e apegada
à esse grupo de suporte a pessoa vai defender qualquer fanatismo
possível relacionado. As igrejas se baseiam excessivamente em explorar
esse tipo de fiel como “exemplar”. Contudo isso gera duas coisas:
• Primeira que os erros e as contradições da Bíblia continuam lá, não mudou nada nesse sentido;
• Segundo que os problemas emocionais com que a pessoa lidava também
continuam lá. Ela apenas partiu para uma forma radical de fugir deles se
escondendo no meio de um grupo de suporte e o mais que esses problemas o
incomodarem o mais fanática a pessoa se torna. Nisso entra os
religiosos com tendência gay que se tornam homofóbicos, temor da
sexualidade feminina levando à buscar reduzir direitos da mulher, e
qualquer busca por extensão de exercer o controle em outras pessoas para
nunca precisar ver o que sente medo em si mesmo incluindo o fato de que
algumas pessoas não apenas não se “incomodam com Cristo” como não
sentem necessidade nenhuma dele.
Obviamente, com pessoas mentalmente equilibradas, este artifício não resulta em nada.
26ª JUSTIFICATIVA: CREIO PELA FÉ
Confusão amplamente espalhada e explorada entre comunidades religiosas.
A idéia que se alguém aponta erros no texto da Bíblia, essa pessoa
estará recusando a Deus. Diante desse conceito, pessoas que se tornem
emocionalmente dependente do grupo religioso para convivência social,
suporte ou família são supostas a não aceitarem/admitirem ou assumirem
erros no texto da Bíblia não importa quão óbvio eles sejam. A linha
normalmente utilizada nesse sentido é “creio pela fé”, a qual
simplesmente tem qualidade nula como resposta a uma pergunta como “como
as plantas poderiam sobreviver se foram criadas antes do Sol, segundo
Gênesis?”
Isso em geral seria melhor descrito como “se dizer
que não creio, vou perder status“, porque na verdade a pergunta não tem
relação qualquer com crença. É apenas uma pergunta pertinente ao tema.
Uma crença aprofundada não negaria raciocínio e questionamentos mas os
estimularia; mas, ao invés disso temos uma cultura da necessidade de
negação onde qualquer pessoa que apontar uma opinião divergente, será
“alguém que não acredita” e estará fadada a ir pro Inferno.
Em
geral esse argumento tende ao religioso justificar sua fé através dos
benefícios sociais que a comunidade religiosa lhe ofereceu, contudo não
responde à questão apresentada.
Afinal de contas :“Não me
importa se antes você bebia sem parar, usava drogas, se prostituía em
bar gay, teve pai com câncer ou o que seja. Apenas responda como plantas
iam sobreviver se o Sol foi criado no dia seguinte!”
27ª JUSTIFICATIVA: A BÍBLIA É POLÊMICA
No caso de não haver como refutar argumentos contrários a tentativa de
salvar a Bíblia de parecer meramente mal escrita está em dizer “ela ser
polêmica”. Polêmica eles tentam alegar como “provoca questões que nos
fazem pensar”, para evitar assumir “só eu acho que ela diz algo
relevante”.
Algo seria polêmico se causasse choque, a Bíblia
não causa isso, causa apenas indignação e irritabilidade em ver pessoas
negando de toda forma assumir erros evidentes e contradições ululantes.
28ª JUSTIFICATIVA: REFERÊNCIAS FURADAS
Extremamente comum. Isso se configura quando durante tal discussão o
religioso vai apresentar suas referências para embasar seus argumentos e
demonstra fontes, para dizer o mínimo, questionáveis e amplamente
tendenciosas. Normalmente isso acontece muito durante debates sobre a
Arca de Noé e o dilúvio com fontes como “cristoévida.com”, “livro a
santíssima trindade de acordo com as irmãs carmelitas” ou alguma outra
fonte risível do texto.
Raramente alguém vai encontrar uma
referência de uma fonte internacionalmente reconhecida e imparcial
favorável a algum absurdo bíblico, pois atentaria contra a seriedade da
própria instituição; ainda mais comum quando algum religioso encontra
alguma referência de alguma instituição mais reconhecida, ele extrapola o
que foi alegado em prol de seu argumento.
Um exemplo típico
está em discussões sobre a possibilidade do dilúvio mencionado na
Bíblia, Gilgamesh e outras lendas locais fossem referentes a um possível
Dilúvio que teria criado o mar negro. O religioso vai tentar descrever
isso como “prova que o dilúvio aconteceu como descrito na Bíblia e foi
global” (dependendo do grau de sanidade do defensor), evitando tocar no
assunto de que nada no texto alegaria ter sido causado por uma chuva de
40 dias ou ser mundial. Ou que as lendas sobre o dilúvio são
gritantemente diferentes.
Não raro são citados quaiquer livros
de quaisquer autores que seja, conhecidos ou não, sério ou piada da
comunidade científica, contanto que ele suporte o que a Bíblia diz e
buscar reduzir a relevância de escritores muito mais sérios e
proeminentes sobre o assunto, como Darwin ou Stephen Jay Gould, por
exemplo.
Inventar livros imaginários e autores que sequer
existem, como o tal Russel Norman Champlin, de quem nem a editora dele
no Brasil (Hagnos) conhece, é muito comum também. Vale tudo para impor
uma opinião. Até mesmo o mau-caratismo intelectual.
Mas, quando
usamos a própria Bíblia deles para mostrar que alguns de seus próprios
dogmas são insustentáveis pelo próprio livro que eles têm como “sagrado”
(ver Santíssima Trindade Desmascarada), os religiosos também não
aceitam. Logo, não é questão de se usar uma fonte religiosa ou não. É
questão da conveniência de usar o que sustenta as proposições deles, por
mais absurdas que possam parecer.
29ª JUSTIFICATIVA: FALOU “MEU DEUS” NA HORA DE APURO
O típico argumento tão obviamente falso quanto comum entre religiosos.
Existe essa lenda entre religiosos que se uma pessoa utilizar a
expressão “meu deus” em alguma situação, essa pessoa necessariamente
estaria admitindo alguma crença teísta, inclusive apesar do número quase
infinito de crenças teístas pelo mundo afora, essa expressão estaria
sendo utilizada exclusivamente em relação ao deus cristão.
E se
alguém falasse “puta merda” ou “fodeu” isso seria confissão de adorar
um monte de esterco ou um ato sexual santificado? E se a pessoa dissesse
“diabo!” então ele seria satanista, embora houvesse praticado
cristianismo sua vida inteira? Isso sem falar no uso das diversas
expressões referentes aos órgãos sexuais.
A questão é que essas
são simplesmente expressões cotidianas utilizadas inconscientemente e,
para tristeza dos religiosos que odeiam admitir isso, o que uma pessoa
realmente acredita é demonstrado em seu comportamento cotidiano e na
direção que dá à sua vida, e não a uma expressão genérica qualquer,
utilizada em alguma situação extrema. Caso fosse essa expressão o que
definisse a crença então as outras expressões estariam igualmente
validadas como provas de crença teísta em esterco, atos sexuais,
satanismo, parto de prostitutas, esfíncter, bastardos, virgindade,
negação, etc.
30ª JUSTIFICATIVA: HISTORINHAS DA CAROCHINHA
Vez por outra você vai ouvir isso de algum religioso. No meio de um
debate ele vai interromper tudo para aparecer com uma história genérica
do estilo:
Um ateu estava numa palestra e um cara humilde comeu
metade de uma laranja e perguntou para o ateu se ele sabia se a outra
metade estava boa. O ateu respondeu “não sei” e o religioso disse “e
como você vai saber sobre o que você não experimentou então?”
No meio religioso esse tipo de coisa é inexplicavelmente visto como
sabedoria ou profundidade; sabe-se lá porque. Deve-se por falta de algo
inteligente a dizer.
A verdade é que, em geral, todas essas
historinhas são tão furadas que poderiam facilmente ser invertidas
contra o próprio religioso. Usando a mesma história um ateu poderia
alegar “e você nunca experimentou não acreditar em deus”. Dificilmente
alguma dessas histórias não seria facilmente reversível para qualquer
coisa que a pessoa que a utilizando escolhesse. Por isso que essas
histórias são designadas genéricas e não servem como base real de
argumento nenhum.
31ª JUSTIFICATIVA: TU ÉS ARROGANTE
Fatalmente se o religioso ver que não vai conseguir te converter de
forma alguma, ele vai partir a lhe imputar alguma forma caricata de
defeito pessoal que te “impede de ver a glória do senhor”. O mais normal
costuma ser qualificar a pessoa como arrogante e sem “a qualidade
cristã da humildade”. Convém apontar que a qualidade cristã da humildade
inclui tentar converter todo mundo à sua crença, como quem pensasse
diferente estivesse errado ou perdido.
A questão é que o fato
de uma pessoa ter uma opinião diferente não a qualifica como arrogante; e
se ela tiver um conhecimento mais embasado sobre o que acredita
realmente, não vai existir motivo algum para ela mudar de opinião se não
forem apresentados argumentos à mesma altura e com o mesmo nível de
profundidade. Isso não é arrogância é apenas ser seguro de si, não
implica a pessoa desrespeitar crenças diferentes ou ser incapaz de se
importar com outros seres humanos. Qual sentido teria uma pessoa que
estuda a vida toda mudar de idéia baseado em um argumento falho? Existe
uma beleza e poesia na simplicidade, verdade, contudo essa simplicidade
necessita ter profundidade não ser simples pelo mero fato de pobreza de
idéias.
Em geral isso acaba consolidando um conflito cultural
entre pessoas cultas e pessoas desinformadas, e como cada um vai ter de
definir um ao outro através de suas perspectivas pessoais para
justificar a si próprios seus estilos de vida diferentes. Talvez ambos
estivessem vivendo no mesmo ambiente cultural seriam bons amigos, mas
nessa situação a comunicação mútua se torna completamente truncada e
incompreendida.
32ª JUSTIFICATIVA: BLEFAR
Esse se
baseia quando religioso responde com termos vagos, tentando reduzir as
alegações sem apresentar nenhum argumento efetivo. Normalmente envolve
frases como “não vou nem responder sobre isso”, “ah, você acredita em
qualquer coisa que te dizem” (o fato deles acreditarem unicamente porque
o pastor disse é esquecido nesse momento), “existem provas irrefutáveis
sobre o assunto” (sem apresentar as provas, como sempre), “se você
duvida, procure ver se minhas afirmações são corretas” (inversão do ônus
da prova) e quaisquer outras linhas nesse estilo que buscam apenas
reduzir a relevância do que foi apresentado sem apresentar nenhuma prova
efetiva que o refute.
A razão dessa tática é simples: ele não
tem provas que refutem. Logo ele vai tentar fazer o que foi dito não ser
tomado como sério o que qualifica tal tática como blefe e “jogar sujo”.
A melhor forma de resposta à isso é pressionar para que o religioso
apresente as provas relativas ao que alega, o mais que ele se mantiver
nesse jogo buscando se esquivar o mais evidente se torna que ele não tem
argumento contrário nenhum. Fatalmente o argumento apresentado vence o
blefe do religioso por falta de ter sido realmente refutado com
evidências. O único resultado disso é ver o religioso passar vergonha
por ficar fugindo desabadamente; o que é deveras engraçado.
33ª JUSTIFICATIVA: TU ÉS DO MUNDO
Semelhante às justificativas anteriores sobre “necessita ser fiel para
compreender a Bíblia”, essa contudo parte de uma premissa mais
separatista e radical. A de que assume religiosos e infiéis não fazem
parte do mesmo grupo de forma alguma e deveriam ser mantidos separados.
Talvez esse conceito funcionasse se eles todos se isolassem para viver
numa ilha e não fôssemos obrigados a conviver uns com os outros, votar
em políticos, decidir juntos quem vai ser o presidente do país, enfim
não houvesse as questões comuns à sociedade que devem ser discutidas
entre todas as pessoas em termos de igualdade e busca de interesses
comuns. E dar dinheiro público para igreja não vai ser nenhum interesse
comum.
Tal conceito também seria ainda mais funcional se eles
não seguissem uma cultura de “vamos converter e espalhar a palavra de
Cristo, mesmo contra a vontade”, ainda que as outras pessoas não tenham
interesse nenhum sobre o assunto. Então baseado no “se você queimar
minha casa eu queimo a sua” eles buscarem invadir fóruns de discussão e
blogs para pregar, berrarem frases da Bíblia no meio das ruas, fazerem
movimentos em prol da censura, moral e bons costumes ou qualquer outra
tentativa de invadir e impor sua visão sobre a vida de pessoas de
crenças diferentes. Eles não estão cumprindo sua proposta divisiva.
Fatalmente o tanto que eles invadem para pregar a palavra abre margem
para pessoas com interesses contrários fazerem o mesmo. Só que eles não
aceitam. E acabam partindo para os xingamentos e ameaças logo de saída.
Se religiosos querem acreditar que as pessoas fora de sua igreja são
completamente diferentes e perdidos, porque então eles não os deixam em
paz? Deveriam esquecer que existem e viver sua vida na igrejas sem
incomodar ninguém. Afinal, a bem dizer essas “pessoas do mundo” também
acham que eles estão desperdiçando suas vidas com castidade excessiva,
falta de experiência sexual, arrogância moralista, ignorância cavalar,
preconceitos generalizados contra “drogados e gays”, homofobia e tantas
outras coisas e não estão pagando para uma parada de gogo girls invada
sua igreja dançando seminuas enquanto bandas tocam trash metal.
34ª JUSTIFICATIVA: METÁFORA
Uma desculpa clássica e extremamente utilizada.
Para uma definição de verdade sobre o que é metáfora, podemos encontrar AQUI
A justificativa preferida dos religiosos, a que pode solucionar todas
as perguntas e resolver todos os problemas sem responder absolutamente
nada.
• Se algo for literalmente ridículo a resposta seria: metáfora;
• Se for absurdo: metáfora;
• Sem sentido: metáfora;
• Idiota, tolo e esquisito: metáfora;
• Se for literal: metáfora também, só por via das dúvidas.
O termo é utilizado de forma tão amplamente abusiva e mecânica como
estivessem apenas apertando o botão “resposta para que eu não precise
pensar sobre o assunto”.
A primeira coisa a ser notada:
Alegar algo como sendo “metáfora” per se não é uma resposta. Se alguém
alega tal pseudoresposta se coloca na posição de ter de esclarecer em
que sentido isso seria uma metáfora e seu significado invés de literal,
ainda mais se o texto não indicar isso de forma alguma.
Ironicamente a maioria das pessoas que usam esse termo mal tem noção do
que ele realmente se trata e não seriam capaz de fornecer tal
especificação;
O principal ponto nesse tipo de argumento é
nunca estabelecer de forma clara e objetiva o que e porque seria
metáfora ou literal para o religioso poder sempre caminhar por uma linha
turva de argumentos que nunca se definem concretamente, assim ele pode
alegar algo ser metafórico ou literal de acordo com sua conveniência.
Dificilmente se conseguirá que o religioso que usa essa muleta de
argumento defina como se reconhece algo ser metafórico ou literal;
Se alegar algo ser metafórico, nunca define o que a metáfora significa e
parta para termos ainda mais vagos como “não se compreende a sabedoria
divina”, “isso é muito profundo”, “os desígnios de Deus são
misteriosos”; mas nunca esclareça.
Normalmente, quando indagados, o “manual religioso de fugas” ensina o seguinte:
“Se alguém lhe apontar a definição de metáfora alegue que você
OBVIAMENTE sabe o que é metáfora e nunca utilizaria o termo sem
conhecê-lo. Se pedirem que dê exemplos literários de metáforas para
compreender sua definição, fuja do assunto.”
Bom, se um
religioso alega algo ser puramente metafórico, ao mesmo tempo ele está
definindo sua interpretação literal como errônea, algo muito esquecido.
Por isso, uma frase como “a criação do mundo em Gênesis é metafórica”
nunca fará sentido nenhum quando dita por um criacionista. A principal
forma de derrubar esse argumento é apontar isso, pois força o religioso a
definir sua posição sobre o texto, não poucas vezes, como no exemplo de
criacionistas, ele vai ter de encarar entre escolher uma coisa e negar
outra em prol do argumento. E escolher uma definição é o que ele evitou
desde o começo e o motivo de ter usado essa desculpa furada.
Os
religiosos se esquecem que, a partir do momento em que você abandona
aquilo que está escrito, preto no branco, e partem para outras
explicações, eles próprios acabam se tornando parte da “inspiração
divina”. Isso lhes dá o direito de adivinhar o que Deus pensa, o que
Deus quis dizer, e o que Deus quer. Logo, surgem inúmeras interpretações
diferentes para um mesmo texto. E qualquer justificativa é válida,
desde que não seja a mais simples, aquilo que está escrito ali, no
papel.
Por quê? Simplesmente porque se for aceitar aquilo como está escrito, literalmente, a crença irá por água abaixo.
35ª JUSTIFICATIVA: EU ERA COMO VOCÊ
Vez por outra nós vamos acabar nos deparando com as vítimas de casos
como os descritos na justificativa nº 25 (perdidos que se salvaram) que
partirão de frases como essa.
Isso é uma completa presunção,
pois enquanto crenças institucionalizadas como as cristãs pregam uma
forma de cultura e pensamento comum (contra camisinha, contra sexo antes
do casamento, contra gays, etc), ateus e agnósticos não possuem uma
instituição-núcleo que direcione seus modos de pensar. Ateus e
agnósticos são em grande maioria movidos por pensamento independente.
Não têm largas reuniões toda semana discutindo a inexistência desse ou
daquele deus. Em boa parte que eu me lembre os agnósticos e ateus estão
mais preocupados em cuidar de suas próprias vidas que se preocupar com o
que um deus que poderia existir ou não pensaria sobre o assunto. E
ainda assim isso não é algo que poderia ser aplicado a todos, porque a
diversidade de idéias se torna muito maior quando as pessoas acreditam
em algo baseados em suas experiências pessoais, ao contrário de igrejas
que apelam ao apego emocional generalizado.
Enfim, não se sabe
porque tal religioso era ateu e deixou de ser, só se sabe que ateus e
agnósticos não têm nada a ver com isso. Se alguém era ateu apenas porque
teve problema de mulher que o deixou e ficou com “raivinha de deus” até
que a raiva passou (típico “ateu de fim-de-semana”), isso seria
completamente diferente da perspectiva de um ateu convicto, além de ser
arrogante e presunçoso esperar que alguém que você nunca viu na vida, e
nem sabe nada sobre, seria ateu ou agnóstico pelos mesmo motivos que
você foi um dia.
E, pelo argumento inverso, que religiosos
adoram esquecer, um ateu poderia igualmente dizer “eu já fui religioso
um dia como você”. E daí? Ele deveria assumir que o religioso um dia vai
ver a sabedoria e voltar à luz da razão do ateísmo?
36ª JUSTIFICATIVA: NA DÚVIDA, VALEM OS DOIS
Muito usada em conjunto com a justificativa nº 34 (metáfora), essa
desculpa é mais usada em contradições, de forma a se acreditar que ambas
as passagens são verdade. Por exemplo, Judas se enforcou ou se atirou
de um precipício? Resposta: Os dois. Ele se enforcou em uma árvore na
beira de um precipício,o galho quebrou e ele caiu.
Foi Judas ou os sacerdotes que compraram o campo do oleiro? Os dois. O dinheiro era de Judas, mas os sacerdotes compraram.
Essa justificativa pode chegar a absurdos imensos, a ponto de requerer
um grande esforço mental para compreender como passagens diferentes
podem significar a mesma coisa.
Foi Deus ou Satanás quem tentou
Davi a numerar o povo? Os dois. Satanás o tentou, e Deus o permitiu. Ou
seja, usa a tática da negação para “justificar” (apenas na mente do
religioso, é claro) qualquer contradição.
Admitem na cabeça
deles que não há contradição nenhuma, apenas uma história mal contada.
Só que não explicam por que a palavra de Deus tem tantas histórias mal
contadas. Não explicam como é possível tantas pessoas divergirem tanto
sobre assuntos tão simples. Pois se ambas as hipóteses ocorreram, o que
impediria de ambos os autores contarem a mesma coisa? Ainda mais com
“inspiração divina”?
Isso mais parece uma daquelas mentiras mal
contadas, e quando a pessoa é pega em um deslize, contradizendo-se,
nega a todo custo que tudo era mentira, e tenta “remendar” a história
para parecer verídica. É exatamente esse o caso com a Bíblia.
37ª JUSTIFICATIVA: FOI ESCRITA POR VÁRIAS PESSOAS
Semelhante à justificativa nº 15 (questão de época), porém invés de
embasada na desculpa de costumes está baseada em pessoas diferentes.
Esse argumento poderia justificar algo se não alegassem a Bíblia ser um
livro perfeito inspirado por Deus. Para justificar essa afirmação então
não pode ter desculpas como essa: o livro TEM que ser perfeito ou a
afirmação está invalidada.
O principal problema desse argumento
é que admite a contradição mas não a Bíblia ser inerrante, também
assume um ponto secundário: A Bíblia não ser coerente em si por ter sido
escrita por pessoas sem relação alguma de cultura, época, costumes e
compreensão.
Esse argumento inconscientemente admite a Bíblia
como uma colcha de retalhos de várias histórias colocadas juntas sem
muita relação além de uma frase geral sobre um único deus. Então teremos
os trechos sobre esse deus ser bondoso, ou ele exigir sacrifícios, ou
destruir a terra porque de repente se decepcionou, pregar leis e mandar
desobedecê-las em seguida e por aí vai.
Inevitavelmente, sob um
ponto de vista coerente, esse argumento funciona mais contra a Bíblia
ser um livro perfeito que a favor.
38ª JUSTIFICATIVA: FOCO NO MENOS RELEVANTE
Isso é comum, não apenas em discussões com religiosos, mas em
discussões com qualquer pessoa que não consegue compreender o tema geral
que está sendo discutido (resumindo: idiotas), e busca se apegar aos
detalhes que apreende dentro de seu campo de compreensão. Em geral os
menos relevantes; é o paralelo a uma pessoa que não compreende nada de
ciência ouvindo alguém explicar sobre física quântica e se o cientista
citar a palavra “galinha” no meio do debate a pessoa começa a tentar
falar sobre a granja que visitou.
Com religiosos funciona da
seguinte forma: Você apresenta um monte de argumentos que apontam para
fatos inquestionáveis de erros da Bíblia, de repente eles vão focar em
algum exemplo mínimo que você disse, sem refutar o argumento principal.
Por exemplo “como você pode falar tal coisa se você foi numa festa de
natal?”
Normalmente costuma ser um argumento facilmente
rebatido pois já é baseado no religioso não ter compreendido
completamente o que foi dito, mas se eles tiverem a oportunidade, eles
estenderiam toda a discussão a um tema paralelo completamente
irrelevante e fugiria da contradição apontada.
39ª JUSTIFICATIVA: SÓ DEUS SABE
Essa desculpa é usada quando eles não fazem a mínima idéia do porque
Deus tomou certas atitudes. Só que ao invés de admitir isso, eles
respondem que só Deus sabe, e que Deus é faz o que é melhor para todos, e
que seus caminhos são misteriosos.
E por mais ridícula, ou
cruel, ou injusta seja a atitude de Deus, ele continua sábio e bom,
porque “ele sabe tudo”. Curiosamente, os religiosos “esquecem” as
passagens em que Deus pergunta onde Adão estava, da surpresa de Deus por
ver que o Homem se tornara mau, tendo que mandar o dilúvio e sequer
imaginava que era o Capetão que o fora visitar na estorinha de Jô.
Também é negação, porque eles se negam a aceitar a realidade, porém é
aliada a uma grande quantidade de cegueira, que os impossibilitam de ver
o quão antagônicas são as atitudes desse suposto Deus.
40ª JUSTIFICATIVA: NÃO É UM LIVRO CIENTÍFICO
Extremamente comum sempre que se aponta falhas grotescas e absurdos
científicos no texto. Muito difícil qualificar isso como um argumento
sério quando essa frase é utilizada de forma tão contraditória.
A Bíblia não é um livro para ser interpretado de forma literal, direta e
científica quando, alega que insetos têm 4 patas. CONTUDO, ela pode ser
literal quando (por mero acaso) alegar algo vago e ambíguo, que anos
mais tarde seria comprovado cientificamente; então ela pode ser vista de
forma científica. Cai na constante idéia de “se fala algo a favor é
válido, não importa quão confiável seja a fonte, se falar contra ainda
que seja definitivamente comprovado não deveria ser válido”.
De
forma geral esse argumento sempre aparece quando o absurdo alegado é
inquestionavelmente estúpido como por exemplo: serpentes comem pó
(Gênesis 3:14), ouro enferruja (Tiago 5:2) ou a Terra é sustentada por
colunas ( I Samuel 2:8).
Ao ouvir essas provas, o religioso vai
apresentar seu sorriso de canto de lábio como “já sei a resposta para
isso: a Bíblia não é um livro científico”. Cai em parte na crença de
“para o Senhor tudo é possível, não importa quão sem sentido ou sem
provas seja”. Também no fato de uma interpretação errônea sobre o estudo
científico, o qual não se esforça em provar que a Bíblia está certa ou
errada, mas em meramente raciocinar sobre o conhecimento apreendido por
observação através de pesquisa e estudos.
Como alguém poderia
compreender gravidade se evitasse raciocinar de forma racional sobre o
assunto ou ver que “as coisas costumam cair para baixo e não para cima”.
Esses estudos nunca visaram denegrir a Bíblia mas a observação da
natureza apenas demonstrou que muitas coisas ditas nela estavam erradas o
que não deveria ser surpresa para ninguém, pois boa parte dos
princípios conhecidos hoje provieram de mais de mil anos após o texto da
Bíblia ter sido escrito.
Afinal de contas temos de convir que –
“ainda que para Deus tudo fosse possível” – se fôssemos seguir as
sábias palavras do texto bíblico sobre o assunto, quando enviamos
astronautas para a Lua teríamos de ter tido cuidado com o céu, já que
ele é como um espelho fundido (Jó 37:18), sinal que a nave poderia bater
nele; nos preocupar-nos com estrelas, não cometas ou meteoritos, que
pudessem de repente cair na Terra (Mateus 24:29, Marcos 13:25,
Apocalipse 06:13 e Apocalipse 12:04); estar seguro que a Terra não se
move (Crônicas 16:30, Salmos 93:01, 96:10 e 104:05), logo a nave poderia
fazer o retorno em linha reta sem se preocupar em sair do Texas e cair
no Moçambique e tomar cuidado no caminho de volta para não bater por
acidente em alguma das colunas que sustentam a Terra e derrubar o
planeta inteiro (I Samuel 02:08).
Ainda que para Deus tudo
fosse possível, acho que seria mais fácil para ele se simplesmente
mantivesse as coisas como são do que alterar tudo que existe, apenas
para bater com algo que foi escrito errado na Bíblia.
41ª JUSTIFICATIVA: VOCÊ TEM CURIOSIDADE DE DEUS
Mais um no nível do nonsense irritante!
Após ter esclarecido erros e bobagens diversas da Bíblia na forma mais
clara, objetiva e sucinta o religioso, ao invés de admiti-los, alega
“você questiona por ter curiosidade de Deus”.
Isso parte no
fato que o religioso provavelmente não entendeu (ou sequer ouviu) uma
linha do que você disse e apenas se manteve na posição defensiva,
alegando para si mesmo “ele fala tudo isso por estar resistindo e ter
curiosidade ao senhor”, o que já parte de buscar encontrar
interpretações que não existem no que você está dizendo, sem prestar
atenção nas palavras que estão saindo da sua boca.
Mas, se
fossem prestar atenção no que você diz, eles acabariam tendo de admitir
ao menos uma parte como verdade. Para fugir disso, cria-se essas
explicações decoradas e sem embasamento nenhum (e que não explicam
nada), pois afinal: nem sempre quem desdenha quer comprar.
42ª JUSTIFICATIVA: ALUCINAÇÕES
Semelhante à justificativa nº 22 (o fim está próximo), essa configura
quando o religioso busca criar associações fictícias de fatos do mundo
real com provas definitivas da existência de Deus.
Eis os casos mais notórios:
• Alegar que o final dos Beatles e John Lennon ter recebido 5 tiros de
Mark Chapman foi devido à sua alegação que “os Beatles eram mais
populares que Cristo” (e pior que eram mesmo). Talvez alguns fãs
religiosos não gostassem de ouvir tal comentário e parassem de seguir os
Beatles. Contudo, seria melhor acreditar que se John Lennon sofreu
alguma punição divina, seu nome seria Yoko Ono, a qual esteve muito mais
relacionada aos motivos reais do fim da banda. Sobre Mark Chapman…
Porque ninguém alega que quando João Paulo II levou um tiro também seria
punição divina? Curioso, não é mesmo?
• Outra interessante é
aquela em que o finado Cazuza teria (supostamente) puxado um baseadão
num show, soltado a fumaça e ter dito: “Aí, Jesus! Essa é pra você”. E,
por causa disso, contraiu AIDS e… bem, o resto é história. Totalmente
ficcional. Nunca se apresentou ninguém que estava lá, mas tem muita
gente que conhece “alguém” que esteve lá e presenciou. De qualquer
forma, tem um bocado de gente que acredita em Deus que contraiu doenças
graves. Serão todos eles maconheiros e ateus?
Em geral, isso se
configura no religioso buscar associar qualquer tragédia relacionada à
uma personalidade popular às suas crenças ateístas ou agnósticas. Ao
mesmo tempo, se a celebridade em questão for na missa todo domingo e
algo horrível acontecer será descrito como tragédia horrível, e que
todos orem por seu bem estar e houver um culpado para isso ele deveria
estar aliado ao diabo ou prestes a pagar um preço terrível da ira
divina.
Não passam de alucinações; tentativas desesperadas de
encontrar “pêlo em ovo” e assustar as pessoas sobre a censura divina e
sua punição quando desobedecida. E como em todos os outros casos de
lendas urbanas como essas, cada pessoa vai descrever a história de
formas completamente diferentes, sem nunca atingir um consenso sobre a
versão definitiva do assunto.
Logo, o final dos Beatles seria
por que John Lennon disse isso, talvez o tiro de Mark Chapman ou ele
parecer tão ridículo naquelas fotos pelado com Yoko Ono… tudo, nesse
tipo de delírio, conseqüência dele ter expressado livremente sua opinião
sincera sobre o assunto.
43ª JUSTIFICATIVA: AGE COMO EU, MAS DIFERENTE
Isso vem quando o religioso assume que ateísmo seria alguma forma de
religião ou culto e que os ateus estariam seguindo alguma forma de
pastor.
Na verdade isso configura uma forma do religioso
descrever a situação na única forma que ele compreende: sem que as
pessoas desenvolvam idéias próprias. Aparentemente a idéia de uma pessoa
chegar a conclusões por si própria, sem estar seguindo algum pastor ou
líder, aparenta ser alienígena à sua noção de mundo e, conseqüentemente,
o religioso vai tentar associar a perspectiva agnóstica/atéia num
paralelo à sua própria: “Se eles acreditam em ateísmo, eles devem ter um
pregador e devem todos pensar semelhante”.
O principal erro disso está em:
• Ateísmo e agnosticismo não possuem uma ordem institucionalizada. O
que cria a uniformidade de pensamento está em quando um número muito
grande de pessoas está seguindo uma única pessoa como “guia espiritual”
ou relativo do gênero. Isso gera um pensamento institucionalizado que
busca reduzir as diferenças de idéias entre as pessoas em prol de
controle. Não muito diferente de qualquer outra instituição movida por
dinheiro e interesses como corporações, as religiões institucionalizadas
contam na ausência de discórdia dentro de seu grupo representativo e na
difamação do grupo concorrente.
Isso não se aplica ao ateísmo,
por não apresentar uma forma de “Vaticano”, um grande líder ateu que
fala pelas massas ou equivalente.
• O pensamento (tanto do ateu
quanto do agnóstico) é anarquista e descentralizado, o que o torna mais
rico em diversidade de idéias. E, enfim, porque alguém deveria ter
alguma forma de líder falando como as pessoas deveriam pensar sobre esse
ou aquele assunto? Principalmente sobre conceitos espirituais tão
abstratos, subjetivos e pessoais? Conceitos que os ateus e agnósticos
repudiam.
Houve algum caso na história da humanidade em que
isso não terminou representando uma pessoa manipulando a ingenuidade de
um grande grupo de pessoas que tinham preguiça de formar idéias por si
próprias?
44ª JUSTIFICATIVA: SEM PALAVRA FEIA E DEUS JUNTOS
Isso vêm de quando o religioso não pode admitir uma palavra feia e o
deus dele na mesma frase. Em geral, chegando a contrariar o que ele
próprio acabou de alegar. Por exemplo:
– Deus envia ao inferno quem não segue as leis divinas!!
– Se ele pune com tormento eterno então ele é cruel e ditador.
– NÃO, ELE NÃO É!!!
A questão é que esse tipo de comportamento não tem nenhuma motivação
e/ou argumentos, além de pura teimosia infantil e tentativa de dar
voltas de retórica. Honestamente, no exemplo seria o lógico alegar que
por quaisquer fossem os motivos, o tormento eterno seria uma punição no
mínimo cruel para pecados que poderiam ser tão irrelevantes como “não
fez jejum”.
Contudo assumir a idéia de deus e uma palavra de
conotação negativa juntos deve ser eliminada não importa quão impossível
seja logicamente. Qualquer afirmação que se faz sobre qualquer coisa
sempre vai possuir alguma conotação negativa sobre algum aspecto. “O dia
está lindo” também traria consigo “para saber que o dia está lindo você
precisa ter conhecido dias horríveis”. Se Deus é bom, você precisa
saber quando Deus é cruel igualmente para ter como avaliar suas ações e
dar sentido ao que você alega.
45ª JUSTIFICATIVA: COM DEUS VALE SEM ELE NÃO
Esse tipo de argumento tendencioso sempre se baseia em “aceito se é a
meu favor mas se for contra mim não aceito”. Basicamente está em aceitar
alguma técnica absurda em prol do cristianismo como “doutrinar desde a
infância para seguir o que acredito”, mas alegar que o mesmo seria
errado se fosse “doutrinar desde a infância para seguir algo que não
acredito”.
• Seria correto educar crianças ao cristianismo, mas errado educá-las ao ateísmo ou agnosticismo;
• Correto tentar converter homossexuais ao heterossexualismo, mas errado homossexuais fazerem o inverso;
O princípio básico desse pensamento tendencioso é que por mais absurdo e
insensível seja o que defendem sempre será alegado “superior” sobre
algo, que poderia inclusive utilizar técnicas mais razoáveis, caso
dirigisse à outra direção. Enquanto argumento racional é igualmente
duvidoso e injusto, pois parte de um princípio unilateral do “eu posso e
você não”, o que exclui a igualdade de credo.
Enfim, esse argumento exclui a qualidade dos meios utilizados defendendo os fins se favoráveis ao cristianismo.
46ª JUSTIFICATIVA: LIVRE ARBÍTRIO
Extremamente usado. Essa sempre é usada para responder à pergunta “mas
como deus deixou acontecer algo tão horrível e não fez nada?”
•
Inclui alegar que “tal pessoa escolheu tal caminho para o mal”. Ou
seja, infere a culpa na própria pessoa/vítima, isentando o deus bonzinho
de qualquer culpa por inação ou consciência premeditada (a qual ele
teria, devido à sua onisciência).
A principal falha desse
argumento (óbvia para qualquer outra pessoa, exceto o fiel que a
defende) é que respeitar livre arbítrio impõe que se aceite receber um
“não”, sem punir a pessoa por isso (afinal, devido à onisciência, Deus
já sabia qual seria a resposta). E então, esse deus diz que se você não
seguir o que ele diz, recebe punição e tortura eternas.
Tão
medieval e atrasado é esse comportamento, que se tornou característico
de ditaduras, seja obviamente fascistas cristãos tentando dizer que
“não, isso é demonstrar amor divino”. Em geral me lembra como o finado
Saddam Hussein ameaçava com uma arma quem dissesse que ele não era um
grande presidente.
• Outra falha desse argumento são passagens
da Bíblia em que é claramente alegado que Deus teria predestinado os
escolhidos ao Céus. Logo, “predestinado significa as pessoas não teriam
escolha de qualquer forma”. Algumas das passagens notórias nesse
sentido:
Efésios 01:05 – E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
II Tessalonicenses 02:13 – Mas devemos sempre dar graças a Deus por
vós, irmãos amados do SENHOR, por vos ter Deus elegido desde o princípio
para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.
Marcos 13:20 – E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma
carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou
aqueles dias.
Onde a primeira desculpa tenta defender através
da “culpa da vítima”, nessa segunda a culpa nem seria dela mas do deus
que a predestinou a tomar tais atitudes. Experimentem jogar essas
referências para um religioso e vejam alguém ter uma taque de histeria e
argumentos furados. O que não deixa de ser engraçado.
Acontece
principalmente quando percebem que o argumento que acreditavam
inquestionável não funcionou, mas tentam tenazmente sustentá-lo até o
fim dos tempos. Mesmo sendo insustentável.
47ª JUSTIFICATIVA: ERROS DE TRADUÇÃO
Essa conta com achar alguma versão da Bíblia (dessas revisadas e
atualizadas) que busca esconder a contradição da versão anterior
omitindo e alterando o texto para algo mais conveniente.
Um exemplo típico:
Efésios 01:05 – Nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo,
para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. (versão João
Ferreira de Almeida Atualizada)
Mas devido à óbvia contradição
com trechos que defendem o livre arbítrio e os homens escolherem seguir a
deus invés de descerem ao inferno uma dessas versões ‘atualizadas’
alterou para:
Efésios 01:05 – Deus já havia resolvido que nos
tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era seu prazer
e vontade. (versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH)
O que é apenas uma enrolação, porque o significado continua o mesmo. Afinal, o tradutor não pode alterar o sentido do texto.
A principal falha desse tipo de argumento e contar especificamente com
uma versão traduzida para o português de acordo com a audiência
brasileira mas se você checar um site como Bible Gateway, onde você
encontra 50 versões da Bíblia em 35 línguas diferentes você encontra:
King James (inglês)
Ephesians 1
5 Having predestinated us
Louis Segond (francês)
Éphésiens 1
5 nous ayant prédestinés
Reina Valeria – 1995 (espanhol)
Efesios 1
5 Por su amor, nos predestinó
La Nuova Diodatti (italiano)
Efesini 1
5 avendoci predestinati
Vulgata latina
1:5 qui praedestinavit
Grego original
1:5προορισας ημας εις υιοθεσιαν δια ιησου χριστου εις αυτον κατα την ευδοκιαν του θεληματος αυτου
1:5 proorisas hmas eis uioqesian dia ihsou cristou eis auton kata thn eudokian tou qelhmatos autou
προορισας= proorizo = Having predestinated = tendo predestinado
Traduções convenientes são apenas mentirosas e muito mais comuns entre traduções brasileiras pelo visto.
48ª JUSTIFICATIVA: VOCÊ VAI PARA O INFERNO
A utilização desse argumento é proporcional à falta de cultura do
religioso e é uma extensão da justificativa nº 4 (desespero).
Inquestionavelmente, um argumento utilizado por uma pessoa sem
argumentos favoráveis à Bíblia na discussão.
Em primeiro lugar,
porque isso não responde nada quando você aponta alguma das várias
contradições e erros óbvios da Bíblia (se Noé era santo como ele encheu a
cara e sai andando pelado? Gênesis 9:21), e apenas busca assustar quem
fez a pergunta e distrair. Mas de uma forma tola e ingênua, porque uma
pessoa cética que não acredita em céu e muito menos em inferno. Como,
então, isso poderia funcionar?
A segunda contradição é ser um
argumento de vingança. Algo no estilo: “você vai ver, Deus te pega lá
fora”. Atenta contra a (suposta) “compaixão cristã e amor ao inimigo”,
quando eles querem mais é ver o inimigo se ferrando no inferno (embora
neguem).
Enfim de todos, é o argumento mais bobo, risível e
difícil de levar a sério. E se um religioso ler isso vai apenas repetir
que iremos para o inferno mesmo…
49ª JUSTIFICATIVA: AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA NÃO É EVIDÊNCIA DE AUSÊNCIA
Quem nunca escutou essa? Geralmente usada quando a existência de Cristo
é contestada. É um caso particular da justificativa nº 10 (frases
prontas). Ou seja, a pessoa fala essa frase, e acha que a discussão
acaba aí. Não passa de uma forma de convencer mais a si mesmo do que ao
cético à sua frente. Significa basicamente que, só porque não existem
evidências que tal fato ocorreu, não quer dizer que não ocorreu.
Essa falácia camuflada de lógica pode até enganar os mais incautos,
pois à primeira vista ela até faz um certo sentido. Porém, apenas no
mundo da religião as coisas funcionam nessa maneira.
Na
Ciência, a ausência de evidência não significa nada, logo, tal fenômeno
não existe. Na paleontologia, química, física, biologia, botânica etc., a
ausência de evidência não leva à conclusão de que tal espécie existe.
Na criminologia, a ausência de evidência não leva ninguém à cadeia.
É por isso que existem as paródias religiosas do Monstro do Espagueti
Voador, Unicórnio Rosa Invisível, o Grande Coelho Atrasado entre muitas
outras. Porque não existem evidências de que elas não existem. Logo,
pode-se inventar qualquer coisa.
Como elas usam o mesmo
argumento falacioso da ausência de evidência, elas são tão válidas
quanto Jesus Cristo. Talvez até mais verossímeis.
50ª JUSTIFICATIVA: NA DÚVIDA, PREFIRO A LENDA
Muitas vezes o religioso diz: “Se você está certo, então morremos e não
perdemos nada. Mas, se eu estou certo, então eu ganho uma recompensa no
céu, e você não. Logo, prefiro arriscar na segunda possibilidade” (ver A
Aposta de Pascal).
Os anais da psicologia explicam isso. Nesse
caso, os religiosos admitem que acreditam em algo mais por medo, do que
por qualquer outra coisa. Medo da morte, do inferno, ou de perder a
recompensa divina.
Albert Einstein já dizia: “Se somos bons
apenas por medo de uma punição ou por uma recompensa, então de fato
somos mesmo um grupo bem desprezível”. E ele era teísta.
Os
religiosos apenas esquecem dos critérios para escolher em que acreditar.
Pois vai que judaísmo é o correto. Ou então o islamismo. Ou o
hinduísmo. Eles escolheram o cristianismo apenas por ser mais popular ou
imposição da família ou ainda qualquer outro motivo inócuo, mas nada
garante que ele seja mesmo a verdade que tanto procuram. Então, eles
preferem viver na ilusão, na fantasia, na sua zona de conforto.
Uma vez na zona de conforto, é muito difícil tirá-los de lá, porque é
algo doloroso para eles. Ironicamente, nesses momentos em que admitem
ter medo, é quando há as maiores chances de atingirem a razão, e se
libertarem da fantasia. Como os terapeutas dizem, admitir o problema é o
primeiro passo a cura.
O medo faz coisas incríveis com o ser
humano. Infelizmente, a maioria das pessoas preferem evitar a dor, do
que buscar o prazer. Se apenas não deixassem o medo dominá-los, seria o
primeiro passo para a razão.
51ª JUSTIFICATIVA: PARA DEUS TUDO É POSSÍVEL
Essa é usada quando o religioso realmente não quer pensar sobre o
assunto e apela para a resposta mais intelectualmente preguiçosa: “Não
vou considerar os dados contrários ao que estou defendendo vou apenas
assumir que Deus pode fazer qualquer coisa porque tenho fé e fé exige
aceitar o poder infinito de Deus”.
Isso é bem preguiçoso, não é
mesmo? Ao invés de considerar os argumentos contrários e pesar o quanto
de embasamento eles trazem apenas os ignora. É no estilo “papai sabe
tudo”, não existe limites para o que ele pode fazer ainda que tudo mais
indique que existem. Numa discussão sobre outro assunto esse argumento
funcionaria da seguinte forma:
– Seu pai tem uma renda de um
salário mínimo e está empilhado de contas para pagar, ele não pode te
comprar e criar um pônei só porque você quer ou ele vai falir.
– Sim, ele pode tudo, nada é impossível para ele. Você que não acredita.
Digamos que tal pai acaba-se comprando um pônei, apenas para satisfazer
tal peste e falisse como a primeira pessoa alegou. Bom, esse tipo de
argumento funciona da mesma forma.
Muito usado em discussões
sempre que algo completamente absurdo é alegado na Bíblia, como Deus
parar o Sol no meio do céu (apesar de ser a Terra quem se move), inundar
o mundo inteiro por motivos pífios e tantas outros atos entre o
nonsense, o ridículo e o infame. A pessoa vai defender que Deus
alteraria TODAS as leis da física (que supostamente ele teria criado),
todos os dados históricos sobre o assunto, tudo que poderia comprovar
que aquilo nunca aconteceu ou seria possível, pelo mero motivo de
mostrar que pode – por mais inconveniente e desnecessário que tal coisa
fosse.
Por esse argumento, Deus seria um mero exibicionista
para os profetas, ele iria parar o Sol no meio do céu indiferente a
todas as conseqüências para o resto da Via Láctea e catástrofes naturais
que pudesse causar, apenas para fazer o profeta ver uma sombrinha
parada. Não seria muito mais fácil ele ter mandado uma carta?
Não parece que um ser onisciente e superpoderoso teria coisas mais
importantes com que se preocupar, além de se exibir para profetas de
meia tigela?
52ª JUSTIFICATIVA: O TESTEMUNHO DRAMALHÃO
Em geral, algo aparentado ter saído de uma novela mexicana, que deveria
ser acompanhado com alguma trilha sonora brega ao fundo, o testemunho
dramalhão compõe-se pelo religioso simplesmente do nada, sem ter nenhuma
relação com o que foi dito ou está sendo discutido, começa a contar
alguma experiência pessoal a qual ele acredita ser uma prova definitiva
para ele que Deus existe.
Em princípio apontar algumas da
inúmeras falhas da Bíblia não significa que a pessoa necessariamente não
acredita que deus existe (há muitas religiões que não crêem na Bíblia,
mas nem por isso deixam de acreditar no deus delas), apenas que não
concorda com a visão cristã sobre ou está simplesmente admitindo erros
óbvios, contudo nem todos conseguem ter o refinamento de perceber esse
nuance. Acreditam que se convencer que Deus existe, a contradição vai
deixar de existir e apelam para o que acreditam ser “a prova
definitiva”.
Algumas pessoas normais poderiam contar isso de
forma natural, mas não esse estilo de religioso. Nesse estilo a atuação
dramática, o exagero aos detalhes ridículos e a ênfase orgástica do
momento em que se convencem é essencial. A intensidade emocional
denuncia perturbadoramente um caráter sexual mal resolvido nessa
“relação com Deus”, que não aparenta de forma alguma com um revelação
espiritual ou insight; na verdade, o comportamento desvairado mais
denuncia a pessoa ter se tornado perturbada pela experiência que mais
resolvida e iluminada.
Enfim, em geral a historinha começa com
um descrição da “época em que eu não tinha fé”, normalmente relacionada
com uma época em que a pessoa possuía alguma forma de problema
afetivo/financeiro/tragédia ou desgraça do gênero (e para completar o
quadro, andava com a cabeça cheia de laquê e com 300kg de maquiagem,
como as vilãs mexicanas). Segue para o momento da “prova” e finalmente
(trilha sonora do Superman) o momento da ênfase orgástica (na internet
normalmente esse momento sempre é descrito com letras maiúsculas como
berreiro de gata no cio). Essas histórias em geral são loooooooongas,
praticamente intermináveis e totalmente inócuas.
No final dessa
novela repleta de baboseiras, o tal “depoente” espera ter convencido
alguém de alguma coisa. Mas, em geral, ele convenceu de: “Este religioso
tem problemas emocionais mal resolvidos e decidiu fugir deles usando a
religião”.
Essa história, de um ponto de vista mais lúcido,
poderia ser visto de forma um pouco menos exagerada e desesperada como:
“Essa pessoa estava desesperada por alguma forma de suporte emocional e
se apegou a alguma história da própria cabeça, interpretou algum fato
que aconteceu como queria (ou fora induzida a isso) e agora sente a
necessidade de repetir constantemente, não para convencer os outros da
existência de Deus, como ela alega, mas para convencer a si própria”.
Uma pessoa segura do que acredita não precisa convencer os outros ou se
sentir ameaçada por crenças diferentes. Ela pouco se importa com isso.
Muito menos necessita se apegar tanto a uma história que poderia ser
facilmente discutida como “mas e se você interpretou errado o que
aconteceu ou apenas viu o que você quis ver, não necessariamente o que
aconteceu?”
No meio religioso tais histórias são vistas como
“exemplos de fé” por suas características novelísticas que alimentam as
necessidades sexuais/emocionais que conduzem alguns a irem a igreja.
Assim como alguns assistem novela das oito, religiosos trocam esses
testemunhos entre si, e tanto novelas quanto esses testemunhos furados,
não trazem crescimento espiritual ou intelectual pra ninguém, só
espetáculos de entretenimento mesmo.
Tanto uma coisa quanto
outra (novelas e testemunhos-dramalhões) são vistos por pessoas sensatas
com um risinho no canto da boca e um sentimento de pena.
53ª JUSTIFICATIVA: NÃO ELABORAR O QUE DISSE
Isso caracteriza um comportamento geral do religioso médio. Após alegar
alguma dessas justificativas expostas aqui, ele não elabora o que quis
dizer. Acredita que apenas por falar tal coisa a discussão sobre o
assunto acabou. Geralmente após algumas das frases típicas, como por
exemplo:
– Tal frase é metáfora (estranhamente, nunca diz metáfora do que ou o que significa);
– Texto sem contexto é pretexto (não explica qual acreditaria ser o contexto correto, se é que efetivamente o sabe);
– Livre arbítrio (não explica porque Deus permitiu que tal coisa
acontecesse, mas puniu Sodoma e Gomorra, inundou o mundo e tantas outras
partes da Bíblia que alega Deus ter agido diretamente);
– A Bíblia
não é livro científico (mas não explica então que forma de lógica a
Bíblia segue ou porque a ciência não deveria ser aplicada ao trecho em
discussão).
De uma forma geral, isso apenas denuncia seriamente
que o religioso não tem profundidade real ou argumento mais elaborado
sobre o que acredita. Ele apenas acredita que dizendo tais frases a
discussão termina e demonstra, na verdade, não saber mais nada sobre o
assunto além das frases decoradas que não envolveram nenhum raciocínio
pessoal sobre o assunto. O denuncia como uma pessoa que está apenas
repetindo frases de forma mecânica sem compreender o que elas
significariam ou implicam.
54ª JUSTIFICATIVA: CONCORDO MAS DISCORDO
Não passa de pura embromação. Esse se configura quando no meio de uma
discussão, de repente o religioso utiliza argumentos semelhantes (para
não dizer os mesmos) que você está usando mas tentando alegar que eles
fazem a Bíblia inerrante.
Como parece que a maioria dos
religiosos não conhecem muitas partes da Bíblia além da Criação, o
Dilúvio e os Evangelhos. Elas costumam ser muito usadas nesses 3.
No caso do Dilúvio você pode argumentar a possibilidade de ter havido
um dilúvio regional. O religioso vai afirmar que isso comprova que a
Bíblia “falou a verdade”. Mas ela não disse isso, ela disse ser um
dilúvio no mundo todo que cobriu até as montanhas mais altas, ainda na
possibilidade de um dilúvio local seria uma situação extremamente
diferente da descrita na Bíblia. Logo, de qualquer forma, a Bíblia teria
mentido, exagerado, distorcido o fato e não seria inerrante (ver os
comentários no Dilúvio Desmascarado).
Ao apontar isso, ao invés
de admitir, o religioso vai desencavar mais provas da possibilidade de
um dilúvio local em vez de responder sobre a diferença entre o descrito e
o possível. Normalmente esse tipo de discussão irritantemente se conduz
a duas pessoas falando exatamente a mesma coisa mas o religioso
buscando negar as conclusões óbvias (a Bíblia não descreveu isso) com os
fatos que provam ele estar errado. Demonstra uma forma de bloqueio em
não se permitir chegar às conclusões que as provas indicam, como
descobrir o assassino mas não querer admitir isso para si próprio.
A solução acaba sendo essa negação de ter todas as pistas mas não
querer ver a respostas que sabota o processo de raciocínio lógico do
próprio religioso.
55ª JUSTIFICATIVA: OFENDER SUA INTELIGÊNCIA
Esse realmente se encontra entre um comportamento comum e irritante.
Por mais que você demonstre quão furados são os argumentos do religioso,
ele tentar falar como “você não compreendeu o que eu disse” com um ar
de superioridade, embora na verdade ele não tenha evidentemente provado
coisa nenhuma. Para alguém de fora, poderia inclusive ser bem óbvio que
ele perdeu a discussão contudo ele nunca poderia admitir isso, e insiste
e insiste e insiste. E não parará de te encher até você cometer um
homicídio. Essa é a característica arrogância cristã: “eu estou certo,
perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem”.
Na verdade é uma
forma de mau-caratismo intelectual (ou mentira da grossa mesmo) e
demonstra a clara barreira entre a pessoa e a realidade, pois ainda que
perca ela não pode admitir por um misto de arrogância, orgulho e aberta
ignorância (além de estupidez) para com o que esteja além de sua
estreita visão de mundo. Normalmente, tal religioso pode até saber que
perdeu o debate e não provou nada, mas ainda tentará fazer a pose que
saiu por cima para manter aparências.
É mais ou menos como os
políticos corruptos costumam fazer. Conta que não será denunciada a
falsidade de sua postura e que poderá sair pela tangente. Em geral a
tática de ataque direto costuma ser a mais efetiva apontando todos os
pontos que a pessoa não defendeu, exigindo respostas objetivas sobre o
assunto sem desvios ou ataques pessoais.
56ª JUSTIFICATIVA: JÁ RESPONDI ANTES
Esse é um misto de embromação e mentira descarada. Ao entrar numa
discussão, o religioso alega que “já respondeu antes”, sem nunca
demonstrar quando fora esse “antes” que continha a resposta.
A
pseudoargumentação que o religioso tenta fazer é que a resposta estaria
incluída em algum comentário anterior como “tal passagem da Bíblia que
citei fala sobre isso”, mas ele nunca vai demonstrar especificamente
porque estaria incluída, se nada indica isso.
Dependendo do
religioso, ele vai alegar uma coisa qualquer que ele citou como “tal
link”, “tal trecho” etc. Mas, ao ler, uma pessoa normal não consegue ver
relação nenhuma entre aquilo e o que está sendo discutido por mais que o
religioso insista na relação. Uma tática interessante, já que ele
espera que você não vá verificar. Interessante, mas idiota. Pois
fatalmente um cético COM CERTEZA irá verificar.
Na verdade se
houvesse uma relação, o religioso não diria apenas “está lá. Você que vá
procurar”, ele demonstraria como a pergunta foi respondida. Se ele
realmente acredita haver alguma resposta, deveria utilizá-la como
argumento, mas ele nunca efetivamente responde apenas diz: “está lá, vá
checar você”. Inversão do ônus da prova. Falácia clássica.
Isso quando alegam estar em algum lugar, não apenas dizem ter respondido sem ter dito quando, onde, como ou porquê.
ISSO É UMA MENTIRA!!!
Uma pessoa que possui argumentos bem construídos e embasados pode
expressá-los claramente, e não vai ficar jogando linhas vagas como essa.
Linhas vagas é coisa de quem não sabe do que está falando.
57ª JUSTIFICATIVA: CRITÉRIOS ALEATÓRIOS
Inconscientemente muito comum entre religiosos. Demonstra uma
ingenuidade (e muitas vezes completa ignorância) literária por parte de
muitos religiosos, de não conseguirem fazer uma visão geral sobre a
Bíblia e criar um critério definido para julgá-la em geral.
Ao
invés disso, tratam cada trecho como não fossem parte de uma única obra
coerente – “plano de Deus” – como alegam, buscando validar alguns
trechos úteis e reduzir a relevância de outros conforme sua
conveniência.
Isso demonstra uma pessoa que não tem um ponto de
vista geral sobre o livro na verdade, pois não consegue apreender todas
as informações que retira dele numa forma uníssona. Necessita alterar
seus critérios de julgamento para cada parte assim poderá utilizar os
trechos que importam como “inspirados por deus” e outros que não como
“não tão significantes”.
Contudo a própria Bíblia em nenhum momento disse ela própria que tal trecho era menos importante que o outro.
O exemplo mais típico disso são os trechos utilizados para disseminar homofobia como
Romanos 1:26-28 – Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque
até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E,
semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se
inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com
homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que
convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento
de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem
coisas que não convêm;
Porém o critério de dizer esse trecho
ser tão relevante também deveria ser aplicado a outros trechos, como por
exemplo os trechos da Bíblia que suportam escravidão.
Mateus
24:50-51 – Virá o senhor daquele servo, num dia em que não o espera, e
numa hora de que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua
parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
“Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a organizando.
Podemos concluir que ela não é imoral” – Rev. Alexander Campbell.
Fosse ser honesto, o religioso deveria assumir que se homossexualismo é
errado, segundo a Bíblia, ao mesmo tempo ela não alega escravidão o
ser, logo assume-se como algo certo; e como o “dono” teria o direito de
puní-lo. Honestidade intelectual e um critério uniforme sobre o livro
inteiro exigiria isso. Contudo, o religioso tenta alterar e inventar
histórias para evitar cair na arapuca que o próprio texto da Bíblia o
coloca tratando como fossem partes de livros completamente diferentes.
Por acidente, eles estão admitindo a falta de coerência da Bíblia ao se
verem forçados a alterar seus critérios de acordo com sua conveniência.
Na verdade, eles só estariam usando trechos da Bíblia que convém para
justificar seus próprios preconceitos pessoais, e isso fica mais do que
claro nas argumentações religiosas.
58ª JUSTIFICATIVA: JAMAIS ADMITIR HOMOFOBIA
Homofobia costuma ser algo extremamente comum entre cristãos, isso
inclui entre piadas, comentários perniciosos sobre, negar direitos
iguais aos de casais heterossexuais, buscar “convertê-los ao
heterossexualidade”, através de um processo doentio de tortura mental
por culpa e repressão e promover encontros para “curar” do que os
religiosos consideram uma doença.
Em forma geral homossexuais
costumam ser vistos como alguma forma de perversão sexual. Obviamente
uma visão asquerosa sobre outro ser humano, principalmente por partir de
discursos tão abertamente preconceituosos. Negar os direitos civis de
casais homossexuais é tratado como “fosse algo óbvio que eles não devem
ter”.
Inclusive ao ponto de não se poder citar o termo
homossexualidade sem ouvir looongos e tediantes discursos
preconceituosos sobre o assunto, porque alguns se sentem realmente
incomodados sobre isso (tendência homossexual reprimida talvez?).
Ainda com todos essas gritantes atitudes homofóbicas, o religioso
típico nunca vai admiti-las como homofóbicas. A desculpa mais típica é:
“tenho amigo gay”.
Se é seu amigo, porque então nega ele ter os mesmos direitos civis de qualquer outro casal?
Neste tipo de diálogo, em geral, o religioso vai buscar usar a Bíblia
inteira se puder para alegar “não ser natural”, inventar diálogos
surreais sobre biologia sem base nenhuma etc. Para isso, a ciência serve
muito bem. Mas, quando se fala do comportamento homossexual de muitas
espécies selvagens, o discurso muda de novo.
O motivo na
verdade é bem simples de entender: Uma pessoa só se torna homofóbica
quando não é sexualmente resolvida. Estamos falando de uma instituição
que descobriu muito cedo que deveria expandir seu número de fiéis
através do conceito de “família cristã”. Pai, mãe e filhos, filhos estes
que crescem, formam outra família (cristã, é claro) e mais religiosos
para o mundo. Mais preconceituosos. E maior dominação das igrejas.
Enfim, para a igreja, a homossexualidade representa um risco a seus
propósitos de proliferação de fiéis para adquirir mais poder através de
“famílias cristãs”.
Para os religiosos homossexualismo
representa uma liberdade que eles não pode ser permitida; pois se
contrariassem a vontade da igreja, os religiosos estariam diante de um
“efeito dominó”, que todas as outras repressões sexuais da igreja
cairiam juntas como:
• Sexo somente depois do casamento
• Nada de divórcio e nem pensar em segundo casamento (tido agora como uma “praga” por Bento XVI).
• Sem masturbação.
• Sexo anal? Piorou!!!
Entre muitas outras coisas.
O que sinceramente deveriam cair mesmo porque, por mais que a igreja e
religiosos gostem ou deixem de gostar, sempre vai existir toda a
listinha acima descrita, e as tentativa de traçar linhas sobre como
deveria ser o comportamento sexual das pessoas nunca funcionou em nenhum
outro lugar além do papel mesmo.
E a tentativa de reprimi-las
SEMPRE gerou crueldades, injustiça, intolerância e nunca nada de bom à
história da humanidade. Não que alguma vez a religião mostrou-se justa,
tolerante, benevolente e extremamente bondosa.
Afinal de
contas, o que está aí para cristãos serem contra homossexuais? Cristo
(caso tenha existido) não negava sexo com mulheres, andava com 12 homens
e foi entregue por um beijo de um de seus apóstolos. Pelo menos, não há
nada no Novo Testamento relatando o contrário.
59ª JUSTIFICATIVA: O QUE É VOCÊ SEM DEUS?
Frase típica entre os religiosos que acreditam significar muita coisa:
“Deus sem você ainda é deus e você sem deus o que você é?”
L I V R E !
Um ateu/agnóstico vai formar suas idéias baseadas em sua percepção e
experiências pessoais sobre a realidade que vive, não buscar encaixar a
realidade a histórias mitológicas, que na verdade nem foram feitas para a
realidade contemporânea que vivemos. eles pensarão sem se preocupar com
limites e coisas que não deveria pensar sobre ou restringir sua visão
de mundo.
Um ateu não acredita em nenhuma divindade. Logo, ele
não sente necessidade de crer nisso para conduzir sua vida. Ele apenas
vive a vida e dá um “que se dane” às divindades nas quais ele não
acredita.
Um agnóstico não vê necessidade de refletir como sua
vida será melhor ou pior se um deus qualquer existir. Sua filosofia
implica que ele não conseguirá entender toda a essência de uma divindade
(seja ela qual for). No máximo, é um observador do comportamento humano
no que tange às religiões.
Tanto para um, quanto pro outro,
seria perda de tempo dedicar-se a reflexões sobre sua própria existência
perante a crença num ser tido como superior que, mediante as pregações,
só sabe perseguir, matar, escravizar, chacinar e esmagar qualquer um
que não o aceite.
Se um ateu/agnóstico fizer algo bom, será
porque se importa com o seu semelhante e não por medo de “queimar no
inferno” (algo sem sentido para os dois). Eles não irão se obrigar a
converter outros a acreditarem no mesmo que eles, para nunca ter de
admitir as falhas do que acreditam. Eles aceitam que outros tenham
crenças diferentes das suas, baseados em suas experiências de vida, mas
não que essa crença alheia lhe seja imposta.
É a regra do viva e deixe viver.
No fim das contas, sem a idéia de um deus te olhando para cada coisa
que você faz, você se torna mais responsável por seus próprios atos, ao
invés de atribuí-lo a “entidades” como deuses, demônios ou coisas do
gênero, para nunca desenvolver sua auto-crítica.
Deus sem você é nada, você sem ele é você mesmo.
60ª JUSTIFICATIVA: LIVRO COM MAIS CÓPIAS NO MUNDO
Argumento barato usado aleatoriamente em discussões ainda que não tenha nada a ver com o tema do debate (como sempre).
Assim como a justificativa nº 8 (associar longevidade com verdade),
essa se baseia em buscar associar qualidades à Bíblia que não validam de
forma alguma o que ela alega. Uma extensão de “quantidade vale mais que
qualidade”.
As falhas desse argumento:
• Não existem
contagens de quantas cópias da Bíblia foram impressas desde a época de
Gutemberg até hoje, porque nunca houve contagem. Existe uma estimativa
de 1816 até 1975 seria entre 3 a 6 bilhões de cópias pela Bible Society.
Outros livros de destaque entre mais impressos do mundo são o Corão,
quotações de Mao Tsé tung (dito estar nas mãos de todo chinês adulto
entre 66 a 71), Guinness Book of Records entre outros.
Mas
esses citados pessoalmente não teriam um milímetro de valor acima de
algum livro de poesias do Drummond ou de contos do Borges os quais com
certeza teriam números muito menos impressionantes de cópias. Isso sem
falar em Shakespeare, Camões, Homero, Maquiavel, Voltaire e por aí
afora.
• As versões mudam conforme os interesses. As “Novas
Traduções da Linguagem de Hoje” acabam diferindo muito. A Bíblia usada
pelos protestantes é diferente da Bíblia usada pela Igreja Católica.
Logo, teriam que ser computadas em separado, o que reduziria essa
quantidade alegada. A não ser que possamos contar num único grupo todos
os livros de culinária do mundo e eleger a “Dona Benta” a maior
porta-voz das “Verdades Celestes Alimentícias”…
• Muitas coisas
são consumidas em massa, indiferente à ser algo bem ou mal escrito. De
forma geral trabalhos mais elaborados literariamente que exigem uma
bagagem cultural mais rica se tornam naturalmente elitistas, pois boa
parte da população não tem “refinamento literário” como uma prioridade
em suas vidas. Nada de errado com não terem, trabalham, tem mais o que
fazer, mas é apenas um fato que pode tornar o julgamento da qualidade
questionável quando baseada exclusivamente no número de vendas.
Afinal vamos ver quantas bombas fizeram sucesso nos últimos anos:
filmes do Rambo, bandas de pagode, Britney Spears, Paris Hilton, Sílvio
Santos, Gugu, Lair Ribeiro, Xuxa, Faustão, Dan Brown, novelas da Globo
etc, etc e etc.
Todos no topo da lista de sucessos. Alegar que
um livro está correto por ser o que mais vende implica o critério de
algo ser bom ou mau a partir do seu sucesso. Por conseqüência implica
que a Bíblia é tão correta quanto o vídeo pornô da Paris Hilton que
também tem cópias pelo mundo todo.
61ª JUSTIFICATIVA: NINGUÉM É FELIZ SEM JESUS
Boa parte da necessidade de auto-afirmação do religioso baseia-se em “eu sou mais feliz que alguém que não crê”.
Na realidade, por extensão essa crença os conduz a tentar justificar um
monte de formas de censura como “os jornais não deveriam mostrar tanta
desgraça” (ainda que seja realidade), “não se deveria falar palavrão na
TV” (não conheço ninguém que reze um terço depois de dar uma topada com
um dedão tendo unha encravada), “cenas de sexo são um absurdo” (mas,
quando elas aparecem, todos eles ficam grudados na tela babando) e todas
as outras formas de expressão que poderiam potencialmente retirar o
religioso de uma visão positivista do mundo.
Para se acreditar “ser mais feliz” é renegada a informação negativa, conduzindo à ignorância e imaturidade.
O principal problema disso é que não justifica a crença em si, não vai
esconder as contradições, erros e esquisitices da Bíblia, que
simplesmente sempre vão existir indiferente à crença. Na verdade,
suborna os fiéis com a promessa de não questione para ser feliz, ao
mesmo tempo que busca amedrontar os fiéis que “você deixará de ser feliz
se questionar”. Se uma promessa vã não funciona, partem para a ameaça.
Entretanto, ninguém precisa da Bíblia para ser feliz, ou qualquer
crença religiosa na verdade, pois a felicidade está muito mais para algo
que se conquista através de esforço e dedicação que simplesmente buscar
negar que existem coisas erradas sem nunca resolvê-las.
Lutar por felicidade pessoal é mais importante que fé, pois uma pessoa feliz causa menos danos que alguém fugindo da realidade.
62ª JUSTIFICATIVA: EU DIGO AS BESTEIRAS, VOCÊ PROCURA AS FONTES
Esse argumento é usado por religiosos como maneira de se esquivar quando falam alguma bobagem pseudo-científica. Por exemplo:
Religioso: Ora, já foi provado que o dilúvio existiu e existem milhares
de provas documentais. Saiu na National Geographic, no Canal Discovery,
e no History Channel.
Cético: Engraçado. Sou assinante desses serviços e nunca vi. Mostre-me uma prova sobre o que você está falando.
Religioso: Ah, não. Se você está interessado em ver, procura que você acha.
Ou seja, é um misto de preguiça com deslealdade, na esperança de
desobrigá-lo a admitir que falou uma bobagem. Uma falácia chamada
“inversão do ônus da prova”.
Cabe aos debatedores insistirem para ele colocar as fontes.
63ª JUSTIFICATIVA: REFLITAM SOBRE ISSO
Uma introdução ou término para alguma asneira colossal.
Nesse tipo de início de frase, a idéia do religioso é “quebrar o padrão
do que está sendo discutido, trazendo uma nova visão mais profunda
sobre o asunto”. Naturalmente, tal visão deveria ser apresentada,
elaborada e talvez convencer os outros ou não. Mas com a tática do
“reflitam sobre isso”, o religioso já está querendo dizer que o que foi,
ou está para ser, dito é profundo de alguma forma e merecia mais
atenção. Não importa quão irrelevante ou óbvio o que foi dito pareça aos
outros.
Como se assume algo antes de ver a reação dos outros,
caracteriza arrogância porque em geral o que segue é bem ridículo e
medíocre. Costuma ser algo como alegar uma forma de visão que foge
completamente do tema discutido para falar de alguma outra coisa, como
“tal exemplo de milagre”, “a bela visão de passagem tal”, “a
profundidade do sei-lá-o-que” etc. Sempre fugindo do tema ou tenta
superestimar a qualidade do argumento apresentado.
Afinal,
ninguém aqui está procurando guru, só ouvir outros pontos de vista sobre
o assunto. Quando alguém disser “reflita sobre” se prepare que lá vem
asneira.
64ª JUSTIFICATIVA: VAMOS RESPEITAR AS LENDAS DOS OUTROS?
Vez por outra aparece um religioso pedindo “respeito a Deus”, que com
“Deus não se brinca”, e ficam indignados quando dizemos que Deus é um
sádico, manipulador, cruel, omisso, conivente, etc.
Porém se esquecem que estamos falando de uma abstração, uma idéia.
Qual o problema de se ofender uma idéia? Se dissermos que a idéia da
Terra Oca é ridícula, ela ficaria ofendida? Deveríamos respeitar um
produto da imaginação de alguém?
Vamos respeitar os vampiros, os lobisomens, os duendes, os sacis etc. porque, você sabe, com eles não se brinca…
Essa desculpa é logo seguida por várias outras, como se fazer de vítima, desespero, etc.
É infundada, pois não está se ofendendo uma pessoa. Não é um ad
hominem. E se Deus ficou ofendido, ele que se manifeste e diga por si
próprio. Como ele não se manifesta, assume-se que ou ele não existe, ou
ele não ficou ofendido.
65ª JUSTIFICATIVA: MILAGRES
Muitas vezes o religioso abandona o tema do debate e usa essa (e as
outras desculpas) como falácia do espantalho e do apelo à ignorância. Ou
seja, no desespero de querer convencer alguém, parte para os
misteriosos milagres que ninguém explica.
Em primeiro lugar, só
porque não há uma explicação ainda, não significa que foi obra divina.
Isso é básico no guia de falácias. Mesmo assim, os tais milagres são
facilmente explicados quando se leva em conta o “efeito placebo”.
Antes de um medicamento novo ser lançado no mercado, é obrigatório por
lei a estudar o efeito placebo. Ou seja, o remédio é dado para metade
dos voluntários, e a outra metade recebe pílulas de farinha. O que
acontece é que algumas pessoas têm tanta fé, no que quer que seja, em
Deus, em Jesus, em Buda, em algum santo, em si mesmas, enfim, em
qualquer coisa, que elas, achando que estão tomando o remédio
verdadeiro, se curam com as pílulas de farinha!
Elas até
apresentam sintomas dos efeitos colaterais, como náuseas, tonturas,
inclusive irritações na pele e alergias! Ou seja, uma sugestão mental
proporcionou uma “cura milagrosa”. E não são doenças banais não. Há
casos documentados de tumores que regrediram com os placebos.
Enfim, o que a igreja representa nesses milagres é justamente isso, o
mecanismo de defesa é ativado no cérebro, que pode causar uma cura
milagrosa, por causa da vontade de viver do paciente.
Existem
outras explicações perfeitamente possíveis. Por exemplo, um milagre
muitas vezes é esquecido depois de um tempo, e os sintomas acabam
voltando. Mas a história do “milagre” permanece.
Outra, os
milagres atuais dificilmente passam de dores de estômago, gastrites,
dores de cabeça, etc, que podem muito bem ser curadas pelo efeito
placebo. Agora, fazer cegos enxergarem, aleijados caminhares, e surdos
ouvirem, isso ninguém faz…
Para finalizar, existem pessoas que
rezam em hospitais. Se eventualmente uma pessoa ou outra se curar, não
invalida o fato de que várias outras morreram, mesmo recebendo as mesmas
orações.
66ª JUSTIFICATIVA: ESQUIZOFRENIA CRÔNICA
Incrível como os religiosos esperam convencer alguém assim. Eles alegam
que são capazes de conversar com Deus. E o pior: Deus responde!
Interessante, não é? Seria curioso investigar mais a fundo esses casos,
perguntando qual é o timbre da voz de Deus, ou se é voz de homem ou de
mulher, etc. Mas muito cuidado, pois pessoas que ouvem vozes podem ficar
violentas quando contrariadas. A não ser, é claro, que seja
charlatanismo puro e simples.
Ouvir vozes é obviamente inválido
como argumento, pois se trata de uma experiência pessoal, portanto
passível del ser falseada. Gostaria apenas de saber qual o motivo de o
fez ser um “escolhido” de Deus, para escutar a sua voz, enquanto
99,99999% da população não teve tanta sorte. Mesmo os líderes
religiosos. E ainda dizem que Deus não faz acepção de pessoas…
67ª JUSTIFICATIVA: OLHA A TRAVE NO SEU OLHO
Essa justificativa é usada quando o religioso se sente encurralado com
seus argumentos, e resolve apontar os erros nas religiões dos outros, e
até na Ciência, de forma a tentar minimizar os erros da Bíblia (nem que
ele tenha que inventar esses erros).
Por exemplo:
– A Bíblia é machista sim, mas o islamismo é muito mais machista
– É claro que o criacionismo é verdadeiro. A ciência não é capaz de responder de onde viemos.
– A Bíblia é cruel sim, mas Hitler fez muito pior e ele era ateu (apesar de ter recebido ajuda de Pio XI).
Por incrível que pareça, esses exemplos acima foram tirados de
discussões reais. Fica claro que eles sequer sabem do que estão falando.
E mesmo que fosse verdade, isso não diminui de maneira nenhuma os erros
da Bíblia e do cristianismo. Um erro jamais justificará outro.
A não ser na visão bíblica, é claro.
68ª JUSTIFICATIVA: VOCÊS FOGEM DA VERDADE
Numa crise de auto-justificação, quando o religioso perde alguma forma
de debate, ou é evidente e esmagadoramente refutado, ele acaba alegando
isso, como se fosse uma verdade definitiva.
Curiosamente, como
em muitas outras coisas ditas por religiosos, ele nunca esclarece qual
“verdade” seria essa. A bem dizer essa “verdade” parece significar que
você deveria ir a uma igreja repetir frases com um grupo todo domingo de
forma mecânica, sem raciocinar sobre seus significados, assumir que a
Bíblia possui uma mensagem extremamente relevante, embora não exista
motivo para ela ser algo mais relevante à sociedade contemporânea que
pensadores muito mais recentes e de pensamento muito mais elaborado etc.
Enfim, assume que qualquer pessoa com um ponto de vista diferente de
ser um religioso “não está ouvindo a verdade”. É um argumento tão
auto-propagandístico – e sem nenhuma base de suporte – que fica difícil
de levar a sério. Evidentemente a palavra “verdade” está sendo usada
aleatoriamente quando a pessoa não foi capaz de justificá-la através de
argumentos sólidos.
Desse modo, qualquer um pode dizer “você
está fugindo da verdade” quando alguém discorda da sua opinião. Agora, a
forma como você prova sua opinião ser mais próxima de “verdade” quando
apresenta motivos, evidências e razões pelos quais ela seria.
Senão, nós temos alguém defendendo peixes voarem no sertão e quando você
diz ser absurdo, ela sai te olhando torto “você foge da verdade”. A
alienação não conhece fronteiras.
O conceito de verdade, embora
subjetivo e amplamente discutido em filosofia, no contexto dessa
justificativa está sendo utilizado apenas como uma palavra aleatória, e
não um conceito real e embasado.
69ª JUSTIFICATIVA: QUEM ÉS PARA COMPREENDER DEUS?
Nessa justificativa o religioso apela para reduzir a raça humana
inteira como fosse incapaz de compreender os panos de alguém superior
com conhecimento ilimitado e acima de todos nós juntos…
Bom,
todo esse glamour do poder divino, sua onipotência e tudo o mais pode
parecer muito bonito no papel, mas esse argumento tem um efeito
colateral bem nocivo ao que o religioso está buscando te convencer: “Se
ele é tanto que eu nunca vou conseguir compreender, porque eu deveria me
importar então?”
A descrição de um deus completamente fora dos
padrões de vida humana que conhecemos o torna inválido, pois julgamos a
existência a partir de nossa perspectiva de vida e do que temos como
importante e valioso. Isso é o que a raça humana tem para analisar e
compreender a vida, conseqüentemente e, principalmente, nesse caso os
valores não deveriam ser alterados por motivos que não são explicados de
forma alguma.
Ou seja, se alguém ordena o extermínio de
pessoas do mundo inteiro, como no dilúvio e apocalipse, isso ainda
caracteriza um ato de crueldade imperdoável para o que damos valor. Se
existem “motivos que não somos capazes de compreender”, bom, eles não
nos importam nada se o que compreendemos é ver uma pilha de cadáveres de
conhecidos, amigos e família, além de termos de contar e enterrar
corpos depois da “TPM divina”.
Nós podemos não compreender
deus, segundo os religiosos fazem crer, mas compreendemos o que é certo
ou errado. Compreendemos que crueldades como essas são extremamente
desnecessárias e se um deus as exige, então nós não precisamos desse
deus.
Esse argumento torna Deus, não só inútil, mas perverso e digno de desprezo para qualquer pessoa com um mínimo de bom senso.
70ª JUSTIFICATIVA: POR QUE DEUS NÃO SE MANIFESTA?
Religiosos: Ora Deus não se manifesta porque Moisés viu. Quando ele viu as costas de Deus, ficou todo maluco…
Ou então: Porque se virmos Deus, todos nós seremos esmagados…
Ou ainda: Não preciso vê-lo. Eu acredito que ele existe e isso me basta.
Para terminar: Você é um incrédulo e vai arder no Inferno, amém!
71ª JUSTIFICATIVA: POR QUE OS ATEUS PENSAM TANTO EM DEUS?
Quando já acabaram os argumentos, toca menosprezar os ateus (para eles,
qualquer um que não siga a fé deles, é ateu. Mesmo agnósticos, membros
de outras religiões etc).
Na verdade é um apelo à misericórdia.
Se fazem de coitadinhos e pretendem com isso desviar o assunto. Pena
que é um subterfúgio tolo e ridículo.
Ninguém precisa se interessar por genocídios para estudar e compreender a mente de psicopatas.
72ª JUSTIFICATIVA: DEUS É IMATERIAL?
Os religiosos quando questionados sobre como é possível que Deus se
auto-criou ou que ele esteja em todos os lugares, ou que ele seja
“omni-tudo” (só nos cabe usar essa expressão para designar as coisas que
deus é, mediante os religiosos), os religiosos dizem que Deus é
imaterial, por isso não respeitas as leis físicas… Engraçado né? Ele não
é material mas faz “coisas” materiais..sem nexo nenhum. Ou ainda: cria
leis que ele mesmo viola, no melhor estilo “faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço”. E disso, está repleto na Bíblia.
O mais
engraçado é que os religiosos refutam a Evolução (sem argumentos, como
sempre) porque dizem que é impossível alguma coisa ter surgido do nada,
afinal tudo tem que ter um começo… Ainda assim, dizem de peito cheio que
Deus veio do nada. Ou para os mais “distraídos” dizem que Deus sempre
existiu, mas se esquecem que tinham dito que tudo tem que ter um começo.
Eitcha paradoxo…
73ª JUSTIFICATIVA: CONCILIAR AMBIGÜIDADES
Esse consiste na base do pensamento cristão, e que sustenta alguém seguir a Bíblia: “Conciliar ambigüidades opostas”.
Buscar conciliar a idéia de um deus bondoso contra a lista de crimes
contra humanidade que ele comete durante a Bíblia, que vai desde dilúvio
e extermínio de toda a raça humana por Noé, até o extermínio de
milhões, conforme descrito no Apocalipse.
Em qualquer outra
situação qualquer pessoa, inclusive cristãos, alegaria tais crimes como
imperdoáveis. Contudo quando aplicados a Deus” toda forma de argumento
para defendê-lo aparece. Como, digamos, um advogado dos nazistas no
julgamento de Nuremberg faria.
As tentativas de defesa (que
nunca passam da tentativa) normalmente se baseiam em buscar evitar que
as pessoas tenham um visão completa da cena descrita (pois se alguém
imagina crianças mortas, dificilmente imagina uma pessoa boa por trás
disso) para prender o leitor em detalhes históricos irrelevantes,
desculpas esfarrapadas ou qualquer outra coisa que distraia o leitor de
assumir o óbvio: Isso não apenas é cruel como imperdoável.
Exemplos claros de atrocidades ordenadas por deus na Bíblia temos:
I Samuel 15:2-3 – Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se
lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. Vai, pois, agora e fere a
Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes;
porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de
peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos
jumentos.”
Números 31 e Oséias 13 também não são contos de
fadas com final feliz. Fariam até mesmo Hannibal Lecter ter pesadelos.
Este deus eles defendem como “bondoso”.
74ª JUSTIFICATIVA: A MORAL OBJETIVA É DEUS
Deus serve para nos manter na linha, mas é através do medo! Se errar,
vai para o Inferno e se portarem bem (tradução: se escravizarem-se
moralmente) vão para o Céu…
Mais interesseiro por parte dos
religiosos impossível! E depois são os ateus e agnósticos que
responsáveis por essas desgraças que vemos diariamente Afinal,
ateus/agnósticos, com sua falta de fé, insultam Deus e este se vinga em
todo mundo.
Mas, convenientemente, “esquecem” que as maiores atrocidades foram feitas em nome de Deus, basta ler os livros de história.
Entre uma moral objetiva que é estranha (mata e faz vida segundo a
Bíblia, como quer e bem entende) é preferível a moral subjetiva dos
homens que não se diz infalível, mas tenta ser…
75ª JUSTIFICATIVA: DEUS MANDA E DESMANDA, AFINAL CRIOU TUDO
É muito comum os religiosos aparecerem com desculpas toscas como esta:
Deus elegeu de antemão algumas pessoas, as quais irá efetivamente
salvar, ao longo da história. Os demais foram (igualmente de antemão)
destinados à condenação eterna. Isso é justo porque:
1) Ele é o criador do Universo e também dos seres humanos. Assim pode fazer o que quiser.
2) Ele detém uma lei moral a partir da qual tudo é justificado como certo ou errado, justo ou injusto.
É um completo equívoco e disparate supor que o homem possa questionar
qualquer ação divina, partindo do seu código pessoal de ética subjetivo
(e pervertido pelo pecado).
Então, Deus criou tudo e pode fazer
o que lhe apetecer, quer matar? Mata! Quer criar? Cria! Para depois
matar de novo, óbvio. E não deve nada a ninguém, afinal ele é Deus e nós
não somos nada.
Isso é mentalidade de um Deus (um ser que
alegam ser onisciente)? Para os religiosos sim. E ainda dizem que é
justo. Mas analisando isso, teremos um sério probleminha nas mãos dos
religiosos. Afinal, isso contraria o livre arbítrio.
Mas um
religioso em média não pensa, e associam o livre arbítrio com a seleção
que Deus já fez antes de nascermos. Isso é possível? Na mente de um
religioso sim. Também quem lê a Bíblia e viaja com as estória de Adão e
Eva, Arca de Noé, Criação do mundo em seis dias. Bem, é só mais uma
bobagem a mais e não fará diferença no final das contas.
76ª JUSTIFICATIVA: USAR A FRASE PRONTA “NÃO DÊ PEROLAS AOS PORCOS”
Quando o religioso em uma discussão disser isso, pode ter certeza que
na verdade ele quer dizer: Eu não tenho argumentos bons para poder te
refutar, e seu eu tentar refuta-lo com a Bíblia não conseguirei
respostas e verei que a Bíblia tem falhas, mas o meu orgulho me impede
dar o braço a torcer, se eu fizer isso e adimitir a minha derrota serei
taxado como incopetente perante os membros da minha igreja, e estarei
dando a vitória para Satanás (que na verdade é o argumentador).
Isso é muito comum nas comunidades religiosos pois não aguentam a
humilhação causada por pessoas que pensam e sabem que a ciência desmente
a Bíblia totalmente.
77ª JUSTIFICATIVA: CAI NA PERDIÇÃO
Característico de inseguranças pessoais do próprio religioso.
Esse é extremamente repetido mas o que significa é o seguinte: “Se eu sair da igreja é o que EU faria”.
Admite ter interesse nessa “perdição” de cair em festa, drogas e bebida, mas precisa de uma trava para se segurar.
Só se pode julgar a partir de experiência pessoal, se uma pessoa
acredita que a igreja é a única forma de manter auto-controle eles não
estão defendendo existência de um deus qualquer, mas uma imposição de
comportamento, a base da propaganda fascista.
Bem, a realidade é
que nem todo mundo precisa dessa trava, isso não tem relação com
crenças mas ser pessoalmente responsável. Ser religioso, ateu, agnóstico
é irrelevante pois existem casos extremos em todos os lados.
Essa justificativa se baseia em chantagem emocional e buscar afetar o
senso de segurança da pessoa (ver justificativa nº 25: Porque Cristo te
incomoda?).
Na realidade, se você precisa de religião para não
fazer besteira é porque você QUER fazer e eventualmente vai fazer na
primeira oportunidade (e depois alegar que estava sob domínio do
demônio). Irá buscar reter algo por tanto tempo, que o acúmulo torna a
explosão muito mais intensa do que fosse feito aos poucos casualmente e
de forma relativamente equilibrada.
É um motivo que pode levar a
uma tentativa de justificar comportamentos doentios como pedofilia,
pastores usando drogas e os casos característicos de igrejas que se
baseiam no princípio de “quero fazer, mas não vou deixar que saibam”. A
mentira mútua em que tantas igrejas se baseiam.
Existe tanto
uso de drogas, homossexualismo e perversão sexual na comunidade
religiosa, como em qualquer outra. Não se altera a natureza humana. Eles
apenas negam e escondem com hipocrisia.
Outras comunidades
assumem e lidam com as questões envolvidas de forma mais racional,
razoável e equilibrada sem o senso de culpa desnecessário. Afinal, quem
acha que um religioso berrando nas ruas que “deus o livrou das drogas”
parece algo muito equilibrado?
78ª JUSTIFICATIVA: A IGNORÂNCIA VENCE CONHECIMENTO
Um conflito característico de discussões com religiosos está em que boa
parte dos casos, quando eles tentam refutar dados científicos, eles
demonstram total desconhecimento sobre Ciência. Isso em linhas gerais,
claro que existem cientistas cristãos. Ciência não exclui religião
nenhuma (apesar do que tentam propagar); ela apenas apresenta fatos que
inviabilizam esta ou aquela historinha sem pé nem cabeça. Isso significa
que uma religião acabaria? Deus precisa de fatos absurdos para poder
existir?
O consenso no meio de igrejas é que o conhecimento
contrário às alegações bíblicas não é “o verdadeiro”. Qual a base para
alegar que tal conhecimento é mesmo válido dentro dos parâmetros e bases
do que foi alegado? Em geral nenhuma.
Se visto em
profundidade, os argumentos contrários à afirmações como “a Bíblia não
foi copiada de outras mitologias” tem muita pouca base real no que alega
ou, para não dizer 100% dos casos, uma base muito menos pesquisada e/ou
intelectualmente honesta sobre o assunto.
Ainda assim, tais
argumentos sem base são tratados como devessem ter a mesma validade e
peso. Como o trabalho do primeiro grau devesse ficar ao lado da tese de
mestrado.
Essa falta de senso crítico demonstra mais uma defesa
da própria ignorância sobre o assunto que busca aprender realmente
sobre o que se está falando. A ausência de assumir os diferentes níveis
de argumentos entre mais ou menos embasados busca tornar todos
supérfluos e esconder o que faz mais sentido.
Dessa forma, um
ignorante não precisa se admitir errado (coitadinho dele, vamos seguir
essa bobagem que ele está defendendo e abandonar todo o conhecimento
contra isso que a humanidade desenvolveu nos últimos dez mil anos). Ao
invés de elevar quem está no nível básico, busca rebaixar quem está no
nível mais adiantado. Isso soa a buscar evoluir de alguma forma?
79ª JUSTIFICATIVA: A NASA PROVOU!
Religiosos formam umaraça engraçada. Nunca aceitam nada do que a
Ciência diz, mas quando é pra tentar refutar alguma coisa, aparecem logo
com “A NASA provou!”. Isso é de uma estupidez sem limites, pois a NASA
(National Aeronautics and Space Administration) cuida apenas do que seu
nome refere: Aeronáutica e Espaço.
A NASA provou a história fake de Josué, através de um dia perdido
Cientistas da NASA provaram que o Sudário de Turim é verdadeiro
A NASA contatou as aparições da Virgem Maria
A NASA mostrou que Jesus existiu, conforme os Evangelho…
NASA isso… NASA aquilo…
A NASA comprou que o Universo expande. Isso os idiotas religiosos
falam? Não! A NASA estuda como as estrelas surgem e sobre a datação do
Sistema Solar em muito, mas muito mais que os aproximados 5700 anos que
os religiosos instem que a Terra possui. Os religiosos dizem isso? Não,
né?
A NASA é uma grande entidade científica e já refutou muitas
bobagens que os tolos religiosos insistem em pregar nos cultos. Ela
acabou se tornando um modo deles fazerem valer suas crendices, mostrando
total ignorância científica sobre a natureza da instituição.
Claro que de ignorantes não se pode esperar muita coisa.
80ª JUSTIFICATIVA: JESUS DIVIDIU O CALENDÁRIO
Uma das desculpas mais estúpidas.
Pra princípio de conversa, Jesus não fez nada porque não existiu. E
mesmo que tivesse existido, não faria diferença. O calendário gregoriano
(que é utilizado na maior parte do mundo e em todos os países
ocidentais) foi promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro do
ano 1582 para substituir o calendário juliano.
A determinação
do ano corrente se dá teoricamente quando Jesus Jóquei de Jegue teria
nascido. Este ano foi calculado por um camarada chamado Dionísio Pequeno
em 525 E.C. (Era Comum) e instituído pelo Papa João I. O mais curioso é
que se for tomar as narrativas bíblicas como base, Jesus teria nascido 6
anos antes do ano I da E.C. hehehe
Ou seja, Jesus (caso
tivesse existido) não seria provado pelo calendário, já que erraram
brutalmente quando ele nasceu (será que ele nasceu antes dele aparecer
no mundo?) e, de qualquer forma, pouco importa. Foi uma determinação
papal em 1582 e usado até hoje em países cristãos.
Ora, e o
Calendário Chinês? E o Muçulmano? E o Hebraico? Calendário é o que não
falta. Cada um com sua forma de contagem. Calendários não provam nada.
Se provam, então TODOS os cristãos terão que aceitar os santos da Igreja
Católica, ora bolas.
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