sábado, 27 de outubro de 2012

Pela 1ª vez tumores no cólon e estômago são extraídos sem cicatriz

Uma equipe de cirurgiões de um hospital de Barcelona (Espanha) extirpou pela primeira vez na história tumores de cólon e de estômago com uma técnica que combina a endoscopia e a sutura interna, sem cicatriz externa e sem necessidade de recorrer à cirurgia convencional nem à laparoscopia. O doutor Josep Ramón Armengol-Miró, chefe da equipe do Centro Wider-Barcelona, no Hospital de Vall d'Hebron, onde foi feito esse tipo de operação com dois pacientes, explicou hoje em entrevista coletiva os pormenores da nova técnica, denominada "NOTES pura".
A técnica consiste em utilizar os orifícios naturais do corpo para extrair os tumores mediante uma endoscopia endoluminal, que permite tratar de forma pouco agressiva cânceres localizados no esôfago, no estômago e no colón, além de em outros órgãos.

Um dos pacientes, de 64 anos, teve um tumor no cólon extirpado pela via anal, e o outro, um tumor no estômago por via oral. Segundo os pacientes explicaram aos jornalistas hoje durante a entrevista coletiva, a recuperação de suas intervenções foi muito rápida e em poucos dias já estavam prontos para voltar para casa, quase sem dores do pós-operatório. O outro paciente, de 72 anos, foi operado no final do mês passado de setembro de um tumor no estômago, de mais de cinco centímetros.
O doutor Armengol-Miró explicou que a equipe do Vall d'Hebron desenvolveu durante os últimos anos técnicas de abertura e sutura nas cavidades de órgãos que se comunicam com o exterior do corpo humano, como o esôfago, o estômago e o cólon, que permitem suturar os orifícios realizados no interior.
O orifício é feito com uma agulha, situada em um cateter e através dele se introduz um dilatador para alargar a entrada com gás CO2, explicou o especialista, que é percebido como água quente e não produz dor abdominal no pós-operatório, além de ser eliminado mais rapidamente.
Após ser feito o tratamento adequado para cada caso, extirpando os tumores nos dois casos divulgados hoje, fecha-se o ferimento com sutura "contínua", que é a "mais segura", afirmou o doutor Armengol-Miró, e sem que fique cicatriz externa.
O método, que deve ser estendido a outros hospitais nos próximos anos, "tem claras vantagens para evitar e tratar as complicações derivadas da perfuração de órgãos durante os exames e as intervenções endoscópicas convencionais", disse o especialista.
Com o apoio da Obra Social La Caixa, que investiu 10 milhões de euros para a pesquisa médica, o doutor Armengol-Miró, que trabalha há 40 anos em Vall d''Hebron, e sua equipe testaram o procedimento em porcos durante cinco anos antes de sua aplicação em pessoas.

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