quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Protestantes perdem maioria pela primeira vez nos EUA

Apenas 48% dos americanos se dizem ligados à religião, revela pesquisa



NOVA YORK — Atualmente não há sequer um juiz protestante na Suprema Corte dos Estados Unidos, e o Partido Republicano enfrenta suas primeiras eleições presidenciais sem ter contado com um único pré-candidato da religião. Os indícios de uma mudança na sociedade americana já se faziam notar. E foram comprovados por uma pesquisa do Instituto Pew: apenas 48% dos americanos se identificam com a religião. Ou seja, o protestantismo perdeu sua hegemonia pela primeira vez na História dos EUA.
Fieis de uma Igreja Batista em Nova Orleans, nos EUAFoto: William Widmer/The New York TimesA principal razão para o declínio é o crescimento acentuado de um outro grupo - o dos agnósticos. Os números mostram que 20% dos americanos, hoje, dizem não ter qualquer filiação religiosa, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à última checagem, feita há cinco anos.
O resultado foi obtido por uma série de enquetes que ouviram mais de 17 mil pessoas, e a margem de erro é de apenas 0,9 ponto percentual. Não faltam, porém, sombras entre a frieza das estatísticas e a subjetividade de temas como religião e espiritualidade. Pesquisadores têm debatido calorosamente para decidir se as pessoas que dizem não pertencer mais a um grupo religioso podem ser consideradas laicas. A categoria “agnóstico”, segundo o Pew, optou por abrigar quem apenas diz “acreditar em Deus” e a minoria que se considera “espiritual, mas não religiosa”.
Os números têm um aspecto político: 24% dos americanos que se descrevem como sem religião votam majoritariamente no Partido Democrata, apoiam a legalização do aborto e o casamento gay.
O fenômeno desafia os pesquisadores. Na Europa, o crescimento do secularismo sempre esteve atrelado à riqueza crescente do continente. Resta explicar como um país industrializado, como os EUA, conseguiram manter por tanto tempo profundas raízes religiosas, apesar de sua riqueza.
- Parte do que ocorre é que diminuiu o estigma de não se estar associado a uma comunidade religiosa - arrisca John Green, da Universidade de Akron, que assessorou a pesquisa. |Fonte:http://oglobo.globo.com

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