quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Simuladores 3D serão obrigatórios na formação de motoristas

Testado pela presidente Dilma Rousseff no 27º Salão do Automóvel, simulador será obrigatório a partir de julho de 2013. Foto: Rodrigo Nunes/MinCidades/Divulgação
Testado pela presidente Dilma Rousseff no 27º Salão do Automóvel, simulador será obrigatório a partir de julho de 2013
Foto: Rodrigo Nunes/MinCidades/Divulgação


A partir de 1º de julho de 2013, a utilização de simuladores na formação de condutores para a categoria B (carros de passeio com até oito passageiros além do motorista) será obrigatória em todas as autoescolas do Brasil. A tecnologia deve ser empregada na preparação dos alunos antes das aulas práticas, treinando situações que eles poderão enfrentar no trânsito real. O estudo para desenvolver o protótipo foi encomendado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2009 e agora serve como guia para empresas que forem construir o simulador.

O diretor Manuel Steidle, do Centro de Referência em Mecatrônica da Fundação CERTI (localizada no Campus da UFSC), explica que o Simulador de Direção de Quatro Rodas foi projetado com recurso de realidade virtual, utilizando placas de vídeo de alto desempenho e telas de alta resolução, para que a imagem fosse reproduzida em um ambiente 3D. "O condutor, com uma direção eletrônica, dirige o veículo virtual dentro desse ambiente de simulação", detalha. Além do volante, pedais de freio, acelerador e embreagem, painel de instrumentos, freio de mão e cinto de segurança são interconectados ao computador, a fim de reproduzir a situação real do motorista ao conduzir um veículo. O equipamento permite estabelecer o nível da lição, do básico (com noções sobre troca de marcha, uso de setas e outros comandos para se habituar e desenvolver a habilidade de direção) ao mais avançado, conforme a evolução do aluno.

O protótipo desenvolvido pela Fundação CERTI e pela UFSC foi apresentado em outubro no 27º Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, e serviu para gerar especificações técnicas informadas ao Denatran. Os dados ajudaram na formulação da regulamentação para o uso e a construção desses equipamentos por empresas certificadas. Pelas normas, o simulador será empregado em cinco lições de 30 minutos com acompanhamento de instrutor, totalizando uma carga horária de duas horas e meia. Essa fase do curso será cumprida juntamente com o módulo teórico e antes do módulo prático. A responsabilidade da aquisição dos equipamentos é dos Centros de Formação de Condutores (CFCs).

Aprovação deve aumentar com simulador
Em São Carlos, no interior de São Paulo, a Autoescola Liberdade oferece lições no simulador desde o início de maio deste ano. Segundo o instrutor Altair Ribeiro Neves, a aceitação tem sido boa entre os alunos. "Para quem faz a primeira habilitação, o aprendizado está sendo mais rápido. O aluno vai mais seguro para as aulas práticas", observa. O instrutor destaca que o medo inicial de causar algum acidente diminui com a utilização da tecnologia, uma vez que o futuro condutor pode aprender todos os comandos antes de dirigir um carro de verdade. A preparação prévia vem se traduzindo, conforme Neves, num índice de aprovação mais alto em comparação aos índices obtidos sem simulador.

Os simuladores para futuros condutores de carros de passeio estão prestes a se tornar obrigatórios, e o mesmo poderá acontecer com motocicletas e caminhões. O Denatran também encomendou à UFSC um estudo sobre simuladores para categoria A (motos), que deve ficar pronto entre setembro e outubro de 2013. A partir dessas especificações, o Contran discutirá em câmaras temáticas a viabilidade do sistema. A estimativa do órgão é de que o sistema seja efetivamente implantado apenas no início de 2015. Há outro projeto de, mais adiante, estender o método para quem faz o curso para caminhões.

O especialista em segurança do trânsito Eduardo Biavati, por sua vez, adverte que o simulador não é uma barreira e não deve reduzir acidentes, apesar de ser um avanço para aperfeiçoar a performance do aluno no curso e compensar as deficiências na instrução prática. "Ele não vai resolver o fato de que nós colocamos essa pessoa para circular jovem demais", opina. Como medida de segurança, o especialista se mostra cético em relação à eficácia da tecnologia, mas ele admite que a iniciativa pode proporcionar um treinamento melhor do que o oferecido atualmente. Fonte: Terra.

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