terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Videntes conseguem provar seus poderes quando testados em laboratório?


A convite da Merseyside Skeptics Society (Sociedade dos Céticos de Merseyside), duas médiuns profissionais aceitaram participar de um teste de laboratório em que poderiam demonstrar seus poderes mediúnicos.
O desafio consistia em descrever características de cinco voluntários aleatórios que se sentavam (em silêncio, vale acrescentar) atrás de uma tela opaca. Das dez descrições, apenas duas estavam corretas.
“Embora tenham demonstrado confiança ao longo do experimento, nenhuma delas conseguiu fazer mais de uma leitura correta, um resultado totalmente consistente com a probabilidade”, diz o professor Chris French, que ajudou a elaborar o desafio. “É uma pena que não tenham passado, mas ficamos bastante satisfeitos por elas terem aceitado participar”.

Mediunidade à prova

Embora tenha sido apenas uma em cinco, a descrição feita pela médium Kim Whitton deixou a modelo surpresa: “Ela mencionou muito especificamente algo em que eu estava pensando bastante durante a sessão, ela acertou no ponto, nome e tudo o mais. Isso me chocou um pouco”, relata a voluntária.
Whitton tem mais de 15 anos de experiência como médium e curandeira, e aparece regularmente em igrejas espiritualistas em Londres e arredores. Foi a primeira vez em que testou cientificamente sua mediunidade.
“Eu sempre quis participar de um teste como esse, já que gostaria de criar uma ‘ponte’ entre energia psíquica e ciência”, conta a médium. “Os céticos precisam perceber que você não pode ver, ouvir e sentir tudo como se fosse matéria sólida com os olhos, ouvidos e corpos humanos. Médiuns usam toda uma parte do cérebro que não é devidamente desenvolvida no homem comum. No todo, eu realmente gostei da experiência”.
A outra participante, Patricia Putt, aceitou em 2009 o desafio proposto pela Fundação Educacional James Randi, que oferece 1 milhão de dólares (cerca de R$ 2 mi) a quem demonstrar em laboratório poderes paranormais. Não chegou a se classificar.
Em relação ao teste mais recente, Putt não ficou abalada. “Eu lamento por ter aparentemente falhado, mas não estou tão surpresa”, conta. “Eu gostaria de apontar que o trabalho que faço é sempre cara a cara, por isso trabalhar ‘às cegas’ é extremamente difícil para o médium”.

Ceticismo

“Embora os resultados do nosso experimento não refutem habilidades paranormais, o fato de que nossos médiuns não puderam passar no que consideraram um teste bastante simples e justo sugere que alegações de que essas habilidades existem não são baseadas na realidade”, diz Michael Marshall, vice-presidente da Merseyside Skeptics Society. “É notável que, depois de centenas de anos de investigações, ninguém foi capaz de demonstrar a habilidade de entrar em contato com os mortos”.
Para o cientista Simon Singh, que ajudou a elaborar e conduzir o teste, a alegada mediunidade estaria relacionada com uma capacidade intuitiva de captar pistas daqueles que procuram os serviços do médium. “Eu suspeito que pessoas como Pat e Kim são intuitivas e de modo subconsciente captam dicas sutis, como a linguagem corporal, pistas verbais e outras. Isso dá uma ilusão de poderes paranormais”, sugere.
Whitton, por sua vez, nega essa explicação. “Eu não uso pistas verbais ou linguagem corporal em minhas leituras como mencionado por Simon Singh, uma vez que apenas peço que a pessoa me dê seu nome completo e nada mais e que fique em silêncio enquanto eu recebo informações sobre ela”.[Daily Mail UK]
Michael Marshall, Kim Whitton, Simon Singh, Patricia Putt e Chris French

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