Qualquer um que leia a narrativa da fuga do Egito, em Êxodo, ou da
conquista de Canaã, em Josué, talvez não perceba uma estranha omissão:
os egípcios.
De fato, após a abertura, ou melhor, o fechamento do Mar Vermelho
sobre o exército do faraó (Êxodo 14:23-30), os israelitas não enfrentam
sequer um mísero egípcio durante os 40 anos no deserto e a conquista de
Canaã. Pior, não encontram nenhum deles durante todo o longo tempo do
juízes. Deveriam? Sim, claro.
Nosso ponto de partida é o reinado de Saul, o qual teria começado na
segunda metade do século X AEC*, por volta de 1030 AEC. Segundo a
bíblia, o período dos Juízes durou mais de 4 séculos. Várias são as
indicações bíblicas:
* Atos 13:20 falando em quase 450 anos;
* 1Reis 6:1 falando em 480 anos;
* a própria lista de juízes, com seus períodos somados.
* Juízes 11:26, onde Jefté, o nono juíz dos 15, fala que os israelitas já viviam em Canaã por 300 anos.
Vamos pegar Atos 13:20 e, já que fala em quase 450
anos, vamos arredondar para 440 anos. Somando mais os 40 anos no deserto
e mais 1030 do reinado de Saul, vamos parar lá pelo ano 1510 AEC, ou
seja, no século XVI AEC.
Problema
Está arqueologicamente comprovado que os egípcios mantiveram um
domínio sobre Canaã, em maior ou menor intensidade de acordo com a
época, até o século XII AEC, por volta de 1130 AEC, época na qual ainda
são encontradas influências egípcias bem no coração de Canaã. Isso quer
dizer que, segundo a bíblia, os israelitas ficaram séculos sem
ver um soldado egípcio pela frente apesar de haver destacamentos
estabelecidos por toda a região, passando incólumes pela duas mais
poderosas dinastias faraônicas!
Pra quem lê em inglês e quiser conferir dados arqueológicos confiáveis:
http://rehov.org/project/tel_beth_shean.htm#Egyptian
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