Na tarde de ontem, a história de Neemias foi resgatada como metáfora
para o momento atual, marcado por medo e ataques contra PMs feitos por
integrantes do Primeiro Comando da Capital. Neste ano, 85 policiais
militares foram assassinados - mais da metade em execuções. Em uma sala
do quartel-general da corporação, policiais oraram de mãos dadas pedindo
proteção para ter equilíbrio neste momento de tensão.
"A PM representa as muralhas da cidade e precisa ser reerguida. A
oração pode ser um começo para esse resgate da segurança. Sem muro a
cidade não funciona. Sem polícia também não", afirma o tenente-coronel
Alexandre Marcondes Terra, vice-presidente dos PMs de Cristo e da
Coordenadoria dos Conselhos de Segurança.
As orações dos PMs de Cristo representavam o começo da campanha para
garantir que nos próximos 52 dias pessoas se comprometam a pedir a Deus
pelos policiais de São Paulo nas dez regiões do interior, na capital e
na Grande São Paulo. Segundo o coronel Terra, 52 dias são o mesmo
período que Neemias levou para reerguer os muros de Jerusalém.
Para angariar simpatizantes à causa, os PMs de Cristo estão usando as
redes sociais e a internet. Eles dispararam tweets e mensagens no
Facebook para organizar uma agenda com horários e dias em que fiéis de
cada cidade do Estado se comprometem a orar.
A intenção é ter pessoas rezando pela polícia 24 horas por dia ao
longo de quase dois meses. Será preciso, por exemplo, encontrar alguém
disponível a acordar às 3h30 da manhã no Vale do Paraíba, assim como em
outras 11 regiões do Estado durante todos os segundos do dia.
Reflexão. O coronel Terra diz que a tensão atual e a
morte de PMs é a razão principal do esforço. Mas se engana quem imagina
que o oficial não olha para a atual situação com olhar crítico. "A
oração também é para ajudar o policial militar a refletir como tem se
portado como homem e profissional. Também devemos olhar para aqueles
policiais que perderam os valores defendidos pela corporação", explica.
Terra afirma que ficou muito chocado com a morte de Joel Juvêncio da
Silva, em 9 de setembro, na frente dos familiares, quando voltava de um
culto evangélico na zona sul. "Pedimos os nomes dos PMs mortos para a
corregedoria e queremos prestar auxílio à família." / B.P.M.
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