As autoridades israelenses fixaram um nível mínimo para o fornecimento
cotidiano de calorias por habitante na Faixa de Gaza, com o objetivo de
evitar que o bloqueio imposto ao território palestino provoque a
desnutrição, segundo um relatório militar divulgado nesta quarta-feira.
O documento, com data de 2008, estabelece 2.279 calorias diárias por
pessoa, um nível muito próximo do recomendado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de
Gaza. A publicação do relatório do gabinete do Coordenadorádas
Atividades Governamentais nos Territórios Palestinos (Cogat) é o
resultado de uma batalha jurídica da ONG israelense Gisha, que luta pela
liberdade de movimento dos palestinos.
As regulamentações sobre a alimentação não estão mais em vigor desde
que Israel - sob intensa pressão internacional desde o violento ataque
de sua marinha em 31 de maio de 2010 em águas internacionais contra uma
frota humanitária que seguia para Gaza - anunciou em 20 de junho de 2010
a suspensão das restrições à entrada de alimentos.
Os dados que aparecem no documento foram reunidos depois da decisão
de 19 de setembro de 2007 do gabinete de segurança israelense de
intensificar o bloqueio após o Hamas chegar ao poder em Gaza. Desde
então, a região é considerada um "território hostil" que enfrenta
"severas restrições na esfera civil".
O documento, ilustrado com quadros sobre o número de calorias
necessárias em função da idade e do sexo, realizadas a partir de dados
fornecidos por fontes dos serviços de segurança e do ministério da
Saúde, considera que a entrada de 106 caminhões por dia útil é
necessária para garantir o abastecimento de alimentos básicos,
medicamentos, equipamentos médicos e produtos agrícolas.
Apesar da recomendação, Israel autorizou apenas a passagem de 67
caminhões na média durante o período, segundo a Gisha. O Cogat afirma
que o relatório foi apenas um projeto e que nunca foi aplicado.
Fonte:http://noticias.terra.com.br
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